sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4975: (Ex)citações (46): Se eu fosse mulher sentir-me-ia duplamente envergonhada... (Vitor Junqueira)

1. Texto do Vitor Junqueira, ex-alferes miliciano da CCAÇ 2753 - Os Barões (Madina Fula, Bironque, Saliquinhedim/K3, Mansabá , 1970/72), médico, residente em Pombal, membro da nossa Tabanca Grande, organizador do nosso II Encontro Nacional (Pombal, 2007). Enviado a 14 de Setembro de 2009, depois de solicitado a comentar um comentário de uma leitora anónima ao poste P1475 (*)


Caro Luís Graça,

Cheguei da terra de Alberto João que não visitava fazia um tempinho e a quem tiro o meu chapéu. Encontrei o teu e-mail que desde já agradeço. Como não havia qualquer referência ao texto que motivou tão grande vergonha (embaraço?) por parte da nossa cara visitante, deduzo que se trata daquele em que falo da Guiné e dos amores que eu lá tive. Até parece o título de uma canção de Coimbra!

Segue um breve comentário ao reparo da estimada leitora, com o pedido antecipado de desculpas, caso continue a sentir-se ofendida depois das explicações que lhe ofereço.



(Ex)citações (46) > A Guine e os amores que lá tive (**)
por Vitor Junqueira


Elaborando um pouco sobre um comentário seu (*) a um texto da minha autoria versando o tema do sexo em tempo de guerra, que a deixou envergonhada, permita-me, minha senhora, que lhe diga que não posso estar mais a seu lado, nem por baixo nem por cima. Também sou, por princípio, contra a guerra, a violência sobre os outros povos … e o meu. Calculo que, tal como eu, a senhora abomina a hipocrisia, o cinismo, a estupidez, a indignação das virgens púdicas, as ratas de sacristia ou falsas beatas.

Peço-lhe minha senhora, que atente na quantidade de pontos de convergência que o nosso pensamento já leva em comum. Até lhe digo mais, se eu fosse mulher, sentir-me-ia duplamente envergonhada!

Primeiro, porque ninguém gosta de ver outro do seu género (taxonómico) enveredar por uma carreira profissional tão desprotegida e socialmente desvalorizada, reconheçamo-lo. E note que estou a referir-me às profissionais dos países civilizados, como o nosso. Bem sei que, no Reino Unido e na Itália, a corporação se organizou em partidos políticos que tiveram votações consideráveis. Conheceu a Cicciolina? Até chegou a de(puta)da! Nalguns países europeus, têm direito a cartão profissional, seguros, protecção sindical e formação teórico-prática.

Em segundo lugar, garanto-lhe que a sigo noutro aspecto, o da nomenclatura. As antigas designações de puta, prostituta, meretriz, mulher de vida fácil, apresentam uma carga pejorativa considerável, soam mal ao ouvido e podem até induzir em erro toda a mulher que pretenda abraçar a profissão. Como é que se pode considerar fácil a vida de uma profissional, se ela não tiver minimamente definidos o seu horário laboral, número máximo de atendimentos/hora, remuneração, higiene e segurança no trabalho, etc.?

Prefiro a denominação de profissionais do sexo. Ao contrário do que pensa, respeito-as e admiro-as! Pela coragem, devido às doenças que por aí andam. Pelo espírito de sacrifício, porque não dever ser pêra doce desenvolver uma actividade convencional durante o dia, e à noite, dedicarem-se a outra ainda mais convencional. Eu que lhe digo, é porque sei. Vivi uns tempos na periferia de uma grande urbe nacional e, por diversas vezes, até fui testemunha presencial da ginástica que algumas tinham que fazer para andarem bem arranjadinhas e pagar a prestação do carrito.

Hoje em dia, estas profissionais estão muitíssimo melhor preparadas para enfrentarem a carreira. Muitas frequentam ou frequentaram a universidade, são clientes dos melhores ginásios e clínicas de fitness, têm a alimentação controlada por nutricionistas, vestem bem e publicitam os seus serviços (acompanhantes) em revistas caras. Pode dizer-se que usufruem de uma vida de estalão. Claro que não podemos fazer generalizações, nem todas lá chegam, tantas são as vezes em que o sucesso depende de parâmetros sobre os quais o ser humano não tem controlo. Mulheres mal feitas, feiosas, sem educação, copuladas e mal pagas, são bem capazes de, a dado momento, acharem que escolheram o lado errado da vida. Essas sentem-se envergonhadas. Compreensivelmente.

No caso da mulher africana, a minha experiência não é grande porque praticamente só tive o relacionamento que descrevi. Mas aí parece-me que a situação não é tão preocupante como pode parecer à primeira vista. Desde logo, porque é mais fácil a mulher africana ir (ou vir) com um homem porque gosta dele, e não por dinheiro. Parece-me que deixei bem claro que a minha – como lhe hei-de chamar, namorada? - nunca aceitou qualquer forma de pagamento. E depois, pelo que me apercebi, elas não brincam em serviço. Ou estão afim ou não há mesmo nada a fazer, e a insistência pode ser muito perigosa para a saúde andrógina.

Também não constatei que houvesse exploração de mão de obra barata já que o serviço mais comum, partir punhe, andava pelos dois pesos e meio, e tratando-se de clientes na casa dos vinte anos, não se pode dizer que fosse trabalho penoso, insalubre ou demorado.

Pedagogos com nome na praça têm-no aconselhado como boa prática introdutória ou iniciática ou vice-versa, olhe já estou confuso, nas nossas escolas, sem qualquer lugar a qualquer cobrança, evidentemente.

A esta hora já a senhora estará a perguntar-se; mas onde é que este rapaz terá ido buscar tanta ciência? Garanto-lhe que não foi ao currículo da mãe, irmãs, tias ou avós como estará tentada a avançar. Essas eram umas pategas, só sabiam rezar e até um simples pensamentozito mais lúbrico era motivo para confissão, a um senhor padre muuuiito velhinho e quase invisual. Onde eu tenho aprendido umas coisas é na literatura moderna, particularmente naquela de inspiração feminina. E só leio autoras de referência. Mas não dispenso as revistas de e para mulheres. Acho-as um bocadinho picantes, atrevidas mesmo. Se aquilo que lá vem corresponde à realidade, é um delicioso mundo novo que se abre para nós, homens. Alguns sortudos já encontraram tudo aberto, é a felicidade sem limites e sem responsabilidades. Agora eu, pobre de mim, vivo aqui para as berças onde ainda está tudo tão fechado!

Não me alongo mais. Reitero-lhe a expressão do meu maior respeito ao mesmo tempo que faço votos para que alcance o maior sucesso e prazer tanto a nível pessoal como profissional, seja qual for a actividade a que se dedica.

Ao seu inteiro dispor,
Vitor Junqueira

_________________

Notas de L.G.:

(*) 31 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1475: Histórias de Vitor Junqueira (7): A chacun, sa putain... Ou Fanta Baldé, a minha puta de estimação

Comentário de uma leitora, anónima, com data de 13 de Setembro de 2009:

"Pesquisando imagens sobre África , deparei-me com o vosso blog. Por princípio sou contra a guerra, o abuso e violência sobre outros povos, mas respeito todas as pessoas que tenham vivido na pele a experiência.

"No entanto fiquei impressionada e envergonhada com a falta de respeito despudorada deste artigo. Tratando a mulher como objecto sexual, como puta, no caso a mulher africana, revelando uma total desconsideração pelo ser humano, pela mulher, demonstrando claramente os abusos do colonialismo que nada fez que explorar e violentar outros povos. Lamentável".


(**) Vd. último poste desta série, (Ex)citações: 15 de Setembro de 2009 >Guiné 63/74 - P4953: (Ex)citações (45): Resposta ao Mário Fitas: Luís, deixa sair de vez em quando as G3...(Luís Graça)

14 comentários:

Antonio Graça de Abreu disse...

A estória do Vitor Junqueira, em Janeiro passado, é uma pequena maravilha, a Fanta Baldé devia ser uma grande maravilha, a senhora que alinhou esse comentário deve ser uma enorme pessoa infeliz com os homens.
E somos bem mais fáceis de entender do que as mulheres.
Elas, Fantas, Marias, Franciscas, Carlas, mulheres de todos os nomes do mundo, talvez até esta senhora, são a mais perfeita criação de Deus.
Esta Fanta é uma Maria Madalena, negra,doce, formosa, cheirosa, meiga.
Acho que a comentarista não entendeu.
Um abraço ao Vitor e a todos. Para a senhora do comentário, um grande beijo.
António Graça de Abreu

Luís Graça disse...

Definitivamente o nosso blogue é contra o politicamente correcto. Muitas das questões do género (diferenças sociais entre os dois sexos) tendem a ser politicamente correctas. Este blogue é maioritariamente escrito (99,9%...) por homens que fizeram a guerra da Guiné, apoiados por algumas (poucas) mulheres, tão ou mais ou corajosas do que eles: caso, por exemplo, das enfermeireas pára-quedistas...

E é uma escrita etnocêntrica, uma escrita de tugas machos... Infelizmente ainda poucos guineenses estão representados na nossa Tabanca Grande. Quem, não nos conhece, quem vier da blogosfera e entrar, assim, de chofre no nosso blogue como a nossa seguramente estimada leitora anónima, pode não se sentir confortável com alguns postes, como este do Vitor cujo título, insisto, é irónico, enganador...(Começa assim: 'Toda a gente tem a sua puta. Que nem sempre é a doce puta-amante. Na maioria das vezes é uma bem amarga puta de vida, ou uma puta de sorte')...

Por mim continuo a subscrever o que disse, à guisa de introdução, em 31 de Janeiro de 2007:

"(...) é um dos mais belos textos que um homem pode escrever sobre uma mulher em tempo de guerra. O estilo é puro e duro, o título enganador...
"Há uma tremenda ternura subliminar que me emocionou, e que só pode honrar o homem, o médico e o português que é o Vitor Junqueiro. É um texto que nos honra a todos. É uma homenagem a todas as Fantas Baldés da Guiné que climatizaram os nossos pesadelos, e que dormiram connosco na cama"...

E mais: "É um texto corajoso, escrito na primeira pessoa do singular, sem máscaras, sem defesas, que muitos de nós gostariam de ter escrito. É um escrito da maturidade, um escrito que revela uma grande nobreza de alma, sensibilidade e humanidade"...

Dois anos e tral depois, continuo a pensar que é um poste que definitivamente vai figurar na antologia dos melhores postes do nosso blogue (quando, e se, um dia publicarmos um antologia dos nossos escritos)...

Obrigado ao Vitor por mais uma vez dar a cara... E à nossa leitora por, mesmo sob o anonimato, nos ter interpelado e provocado saudavelmente...

Anónimo disse...

Enviei em tempos ao camarada Junqueira a propósito do seu poste sobre o tema que se identifica nele próprio, o texto que se segue, estando eu quase seguro que não o terá recebido e por isso o envio agora como comentário, após o comentário de uma visitante anónima e da (deliciosa) resposta do Junqueira.


“Zunqueira”

Confesso que me assustei quando, por sugestão do Luís comecei a ler a tua peça sobre putas.
Temi ofensa barata a mulheres.
Não te conhecia, está visto!
Mas gostei de conhecer-te neste belíssimo texto, homenagem de facto à mulher e confissão implícita e voluntária (?) de velhos preconceitos que nascem colados no homem (e nas mulheres) e teimam difíceis de descolar.
Puta, afinal, o que é?
Prostituição…
Vender o corpo, apenas, por necessidades, por acidente ou incidente de crescimento individual, por condicionamento social e cultural, ou vender corpo e alma a quem mais dá?
Nunca me esquece aquele gajo que um dia contou que a personalidade mais parecida com um escritor é a puta. Os dois começam por curiosidade, evoluem pelo prazer que lhes dá, depois para dar prazer aos outros e, finalmente, acabam por fazê-lo pelo vil metal.
A propósito, lembro um dia, ou melhor, uma noite em que perdi namorada, boa amante e intelectualmente tida como apetrechada, por uma questão de putas para lá, putas para cá.
Era ela escultora muito conhecida e vendendo bem.
Era eu um acabado de chegar com o meu livrito e numa sessão de debate no Fórum Picoas, alguém nos apresentou, abrindo caminho para uma boa relação.
Abespinhou-se e escultora porque a dado passo me presentiu a defensor de putas “as cadelas que se vendiam apenas por dinheiro”.
E eu, inábil e respondi-lhe que puta era eu que deixara pedaços de mim no “Vindimas no Capim” e tinha-o no mercado à venda…por dinheiro.
Puta era ela que se esventrava nas pedras que esculpia e por elas não se acanhava cobrando bem do vil metal.
Acho eu que putas vendem o corpo, apenas, como se costuma dizer, comendo tremoços no acto.
Às vezes vendem também a alma, como muitas mulheres, por segurança de vida, por comodidade, por convenção, apenas.
E tantas vezes a dão, como as outras mulheres, trocando por amor, por paixão curta ou longa, com um homem (ou com outra mulher), entregando-se de corpo e alma ao acto pleno e glorioso da doação entre dois seres.
Com a minha namorada, intelectual, acabou tudo logo ali e desci as escadas do estúdio dela, praticamente de calças na mão.
Preconceito masculino…só?

José Brás

Anónimo disse...

Sobre o comentário da leitora anónima que não deve perceber patavina sobre o papel do sexo na mulher africana, só me apetece dizer 'santa ignorância'.
Henrique Matos

Anónimo disse...

A história que li já há muito tempo,do Vitor Junqueira, a Fanta Baldé, considerei-a uma lindissima história de amor. Não me senti envergonhada como mulher.
Filomena

Anónimo disse...

Cumcarassssas, senhor Junqueiro!

Espero que a destinatária consiga e se atreva a entrever na sua divertida(?) ironia a explicação de um contexto que parece não ter entendido; uma vez que a atitude íntima varia de homem para homem, caso a caso, não é?

S Nogueira

paulo santiago disse...

Esta senhora(?)sem coragem para se
identificar(porquê?...)deve ser uma
"mal-amada"
Lê muito mal,não sei onde vê"falta
de respeito,despudorada desconsi-
deração"no texto, magnífico,em que
o Vitor fala da Fanta Baldé"mulher
e mãe...boa mãe"
Onde está"desconsideração pelo ser
humano"que a senhora(?)diz ver?
Que a comentadora anónima encontre
a felicidade...passará a ler com
outros olhos.

Luís Graça disse...

Em homenagem aos camaradas Vitor Junqueira e Jorge Cabral, um famosíssimo poema erótico-satírio (não confundir com pornografico), erradamente atribuído ao grande e infeliz Bocage (1765-1805). Tanto o Vitor como o Jorge seguramente que o conhecem, mas há camaradas da Tabanca Grande menos dados às coisas deste ramo da poesia...

Este soneto, uma verdadeira obra-prima, terá sido escrito, segundo a grande, exuberante e sarcástica Natália Correia (uma grande senhora!) a João Vicente Pimentel Maldonado (1773-1833), magistrado, adepto do liberalismo, preso em 1828...

Espero que não fira as susceptibilidades de ninguém...

Soneto

Não lamentes, ó Nise, o teu estado;
puta tem sido muita gente boa;
putíssimas fidalgas tem Lisboa,
milhões de vezes putas têm reinado:

Dido foi puta, e puta dum soldado;
Cleópatra por puta alcança a c'roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:

Essa da Rússia imperatriz famosa,
que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
entre mil porras expirou vaidosa:

Todas no mundo dão a sua greta:
não fiques, pois, ó Nise, duvidosa,
que isto de virgo e honra é tudo peta.

E já agora, para que os machos não fiquem a rir-se, aqui vai uma paródia ao soneto anterior, também frequentemente atribuída ao genial Bocage... Ao que parece, terá da autoria José Anselm Correia Henriques (c. 1777-1831), conselheiro... do Rei e diplomata.


Soneto:


Não lamentes, Alcino, o teu estado,
corno tem sido muita gente boa;
corníssimos fidalgos tem Lisboa,
milhões de vezes cornos têm reinado.

Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a coroa;
Anfitrião com toda a sua proa
na Fábula não passa por honrado;

Um rei Fernando foi cabrão famoso,
segundo a antiga letra da gazeta,
e entre mil cornos expirou vaidoso;

Tudo no mundo vai sujeito à greta:
não fiques mais, Alcino, duvidoso
pois isto de ser corno é tudo peta.


In: CORREIA, Natália (ed. lit.) - Antologia de Poesia Erótica e Satírica. Lisboa: Antígona; Frenesi, 1999 [1ª ed., 1966] pp. 256 e 260-261.

PS - Este livro, mal saído, em 1966, foi logo confiscado e proibido... Conseguir um exemplar, nessa época de apagada e vil tristeza, era motivo de grande regozijo... Um dos meus amigos foi um dos felizes contemplados... Nunca cheguei a conseguir uma cópia, apesar de encommendado... Ler excertos da Antologia, da Natália Correia, em sessões semi-públicas, ou entre círculos restritos de amigos, era um saudável desafio à hipocrisia moral então vigente e ao Estado Novo que a alimentava e protegia... Mas também tinha alguns riscos...

Os jovens de hoje não imaginam em que raio de país se formaram e viveram os seus pais, na sua adolescência e juventude, na década de 1960...

Anónimo disse...

Teria um metro e meio, a Sulimato
Distinta Puta,alegre e sabedora,
Por detrás do Teófilo,em Bafatá,
Que fazia desconto ao pessoal do mato.

Puta sim,mas também uma Senhora,
Afável,atenciosa,bonita e cordial.
Numa tarde fomos todos os de Fá
E gostámos.Claro quem pagou foi o
Cabral.
Amigos,Camaradas

Anónimo disse...

Deixemos as polémicas e as lutas,
Se há que ter saudades
É das Putas!

Alfero Cabral

Anónimo disse...

Caro Luís Graça,
Se a "senhora anómina" volta ao blogue, não sei o que pode acontecer. Para quem criticou uma linda história de amor, não sei como vai conseguir interpretar os poemas.
Filomena

Unknown disse...

Vim só deixar um recadinho que nada tem a ver com o escrito do Junqueira.
É sobre a Antologia de que escreve o Luís. Se conseguirem encontrar na zona de Lisboa o ex. Alf. Mil.Luíz do Carmo Pardal Xarez talvez ele consiga qualquer coisita. A minha comprei-a ao dito Xarez ainda no barco de Ida nos princípios de Maio de 68. Mas, como aconteceu com todos os meus livros que fui adqirindo ao longo da comissão, ficaram para sempre em Catió ou em outro local qualquer. Não sei. Todos eles estavam assinados e datados por mim. Se alguem conhecer o seu paradeiro, eu compro. Nem que tenha de ir ao Totta...
Uma achega. Essa Antologia reproduz um poema do saudoso prof. Pedro Homem de Mello e cantado em fado pela Amália: O Rapaz da Camisola Verde.
Um abraço para a Tabanca

Anónimo disse...

Para quem nos lê habitualmente e se esquece que este local é onde os ex-Combatentes da Guiné, homens (pais e avós), hoje com 57 a 70 e tal anos, apenas gostava de dizer acerca desta matéria o seguinte.

Estes homens (uns mais velhos que ouros), à data da guerra em que se viram envolvidos, eram uns putos com 2o e poucos anos (na flor da idade e do seu vigor sexual), que de um dia para o outro, devido à deslocação para a Guiné, eram privados do contacto com as "amigas", namoradas, esposas, etc.

Pois bem, saibam então aquelas(as) que não sabem: sejam as senhoras mais puritanas deste mundo, as meninas de maioridade, os homens esquecidos e os meninos de maioridade (menos esclarecidos), que a frase que eu mais ouvia do meu pessoal em Mansoa, era:

- Ó meu furriel vamos às PUTAS?!

Magalhães Ribeiro

Anónimo disse...

Só Quem lá esteve e´que pode compreender plenamente estes ROMANCES TÓRRIDOS,naquele clima TORRIDO e na vida TÓRRIDA que lá vivemos.
Subscrevo completamente o comentário do camarada Lu'is Graça.
Que mais posso dizer:QUE E UMA AUTENTICA E BELA CANÇÃO DE AMOR CANTADA Á MULHER DA GUINÉ,ou até, talvez a todas AS MULHERES AFRICANAS,QUE VIVERAM ESTAS SITUAÇÕES.
Abençoada Senhora, que deu origem a um autêntico TRATADO DE PUTEDOLOGIA,depois de um TEXTO TÃO LINDO!
um grande abraço para todos do camarada ADRIANO MOREIRA Ex-Fur.Enf.da CART. 2412
BIJENE,BINTA,GUIDAJE E BARRO.