sexta-feira, 10 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4664: Blogoterapia (116): Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são (José Martins)

1. Comentário do José Martins (na foto, o primeiro da direita), a comentário de um leitor do nosso blogue, estranhando o espaço que foi dado à manifestação da nossa solidariedade na dor e no luto, por ocasião da morte da Maria da Glória (*):

Não tenho Ordens nem Formação Eclesiástica. No entanto, entendo o que se passa nas Celebrações da Igreja Católica Romana, e quais os objectivos das mesmas.

A nossa presença numa missa de exéquias, sufragando alguém, é, sendo praticantes e crentes, uma manifestação de Fé; se somos católicos, porque nessa fé fomos baptizados mas não a seguimos de perto, é um acto de solidariedade.

Porque é que se encontravam presentes membros da nossa tertúlia? Porque o Mário e a Cristina (**) pisaram a mesma terra que nós – a Guiné – e, como já foi dito e fez escola, “os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são”. A Glória também é nossa filha!

Mas, o acaso proporciona algumas surpresas.

Se a nossa atenção acompanhou as leituras – a do Antigo e do Novo Testamento – e superiormente comentadas pelo Cónego Feytor Pinto, que para quem conheça a sua eloquência, não é estranho, ouviu a “história dos Doze”. Do AT [Antigo Testamento] os 12 filhos de Israel, do NT [Novo Testamento] os 12 Apóstolos, ou seja, o trabalho desenvolvido propõe a esses “eleitos” trazer ao Seu convívio, o maior número de elementos.

Haverá alguma relação, por muito estranha e/ou forçada que pareça, com o aparecimento e crescimento do nosso blogue? Poucos, no princípio apenas um, mas que hoje, efectivamente declarados, somos mais de 350, além dos que se intitulam “apenas leitores”? Fica a pergunta.

Também não quero deixar de referir que, imediatamente antes do final da missa, na altura em que o Ministro abençoa os presentes e deles se despede, subiu ao Ambão uma senhora que, pensava eu, iria alertar os paroquianos para qualquer evento ou facto que fosse motivo de aviso.

Mas não. Com voz suave e firme, apesar embargada pelo momento, soaram palavras de alguém que conheceu a Glória desde sempre e de muito perto, como vim a saber mais tarde, que nos transmitiu “um pedaço de si mesma e com muita saudade” mas que foi uma autêntica oração e elogio à Locas.

José Martins

__________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 9 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4660: In Memoriam (26): Fazendo o luto pela Maria da Glória e agradecendo a todos a solidariedade (Mário Beja Santos)

(...) Não vejo qualquer interesse público no exercício desta elegia que me parece excessiva, tanto por não saber de quem se trata como por não entrever qualquer dimensão da defunta (rip). Sede comedidos, senhores. (...)

Comentário de um leitor, anónimo, e posteriormente assumido e assinado por Salvador Nogueira.

(**) O Beja Santos tem uma vastíssima e regular colaboração no nosso blogue. A Cristina Allen, por sua vez, publicou os seguintes postes:


9 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3713: Os meus 53 dias de brasa em Bissau (Cristina Allen) (1): Just married...

8 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3850: Os meus 53 dias de brasa em Bissau (Cristina Allen) (2): Quarto, precisa-se, por favor!

19 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3913: Os meus 53 dias de brasa em Bissau (Cristina Allen) (3): Quanta chuva, Mário ?


24 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3933: Os meus 53 dias de brasa em Bissau (Cristina Allen) (4): Cenas, pouco edificantes, de caserna, que não contarei...

24 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3667: As Nossas Mulheres (2): De Bissau a Lisboa, com amor (Cristina Allen)

4 comentários:

José Martins disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Obrigado José Martins, obrigado António Matos, obrigado Filomena, pela forma como reagiram a um comentário, mais uma vez, de um não Tabanqueiro.
Vasco A.R.da Gama

Luís Graça disse...

Mensagem do nosso camarada Mário Fitas:

Luís,

Desculpa incomodar-te e aos co-editores com estas simples palavras não consigo aceder ao post do José Martins, para fazer um breve comentário que passo a expor:

"Caro José Martins,
obrigado pela tua clarividência na exposição não só das palavras do cónego Feitor Pinto bem como a atenção às palavras sobre as leituras do Génesis e do Evangelho segundo São Mateus.

"Se me permites, só uma correcção: Já não se fala em Igreja Romana, porque de facto Cristo é o Universo.

"Quanto à infeliz intervenção desse senhor que contestou falar-se da filha de uma filha de um membro da Tabanca não vale a pena. 'Os filhos dos meus amigos, meus amigos são'.

"Quando ele partir quem sabe não terá quem escreva sobre ele, e terá alguém que faça leituras do Antigo e Novo Testamento do Corão ou da Tora?

"Termino com palavras aproximadas de um alto dignitário da Igreja:
Os Cristãos promotores de Reconciliação e de Paz desejam que essa Igreja seja a semente e o núcleo de uma humanidade reconciliada".

Mrio Fitas
mariofitas@gmail.com

Joaquim Mexia Alves disse...

Acrescentando ao José Dinis e ao Mário Fitas,para dizer que os cristãos católicos acreditam na Comunhão dos Santos, ou seja por palavras simples que não só nós que vivemos o fazemos em comunhão mas também aqueles que já partiram participam desta Comunhão em Deus e por nós intercedem e por eles nós intercedemos.

Mas não é precisa a religião para sabermos que desde sempre o homem honrou aqueles que morrem nas diversas culturas e se uniu áqueles que têm a dor de perder alguém, o que nas palavras de Paulo, não é perder mas ganhar, precisamente pela graça de Deus, pela Comunhão dos Santos.

Abraço amigos para todos sobretudo para o Mário e todos os seus