quinta-feira, 9 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4660: In Memoriam (26): Fazendo o luto pela Maria da Glória e agradecendo a todos a solidariedade (Mário Beja Santos)

Lisboa > 2009 (?) > A Maria da Glória, "uma menina à janela", num dos seus melhores momentos dos últimos anos, que foram muito sofridos... Foto que a mãe Cristina fez questão de mandar digitalizar e enviar para o blogue...

Foto: © Cristina Allen / Beja Santos(2009). Direitos reservados

Lisboa > Adro da Igreja do Campo Grande > 8 de Julho de 2009 > c. 19h30 > A Cristina Allen, na missa do 7º dia por alma de sua... Uma grande dignidade na dor e no luto... E sempre de perto acompanhada pela sua filha Joana (que esteve presente, com o seu marido, o italiano Sérgio).

Lisboa > Adro da Igreja do Campo Grande > 8 de Julho de 2009 > c. 19h30 > À missa do 7º dia por alma da Maria da Glória Allen Revez Beja dos Santos (1976-2009), também compareceu o filho mais novo régulo Malan Soncó, de Missirá, ao tempo do Beja Santos (Pel Caç Nat 52) e do Jorge Cabral (Pel Caça Nat 63)... Na altura, teria 7 anos...Hoje vive em Lisboa. Abudul Soncó, de seu nome próprio, se não me engano. Ei-lo aqui, representando as gentes do Cuor, de Missirá e de Finete, que tanto acarinhavam o nosso alfero Mário Beja Santos....


Lisboa > Adro da Igreja do Campo Grande > 8 de Julho de 2009 > c. 19h30 > Era a missa do 7º dia por alma da Maria da Glória Allen Revez Beja dos Santos (1976-2009) que nos deixou aos 32 anos... Muitos amigos e amigas da Glória (incluindo a Sofia e o Pedro, jornalistas), mas também malta do nosso blogue, quiseram associar-me à cerimónia, presidida pelo Cónego Feytor Pinto.

Na foto, reconhecem-se da esquerda para a direita: O Artur Conceição, o Jorge Cabral, eu próprio, o António Marques e o José Martins (na primeira fila); o Virgínio Briote, o Raul Albino, o António Matos e o Alberto Branquinho... Falta aqui o Fernando Calado, que estava no início da missa, mas que depois não voltei a ver. A foto foi tirada pela Alice. Quisemos simbólica e discretamente manifestar ao Mário, à Cristina e à Joana que os filhos dos nossos camaradas da Guiné também nossos filhos são... E somos solidários com os nossos camaradas na dor e na alegria...

Dos muitos camaradas que não puderam comparecer, devido à distância, destaco o Manuel Maia, que reside na Maia, o nosso vate do Cantanhez, o autor da História de Portugal em Sextilhas:

Caro Luís, tal como todos,fiquei chocado om a morte da filha do Beja Santos. Pelo que li fiquei a saber que tinha a doença bipolar já desde 2006. Também soube que, dada a sua grande paixão por Sintra, ali seriam depositadas as suas cinzas. Fiz esta sextilha que não sei se deva enviar-lhe (...).


ROUBADA MUITO CEDO DESTA VIDA,
DE BEJA SANTOS, LOCAS, FILHA QUERIDA,
TRINTA E DOIS ANOS, SETE EM SOFRIMENTO.
COM SINTRA A LIGAÇÃO ERA TÃO FORTE
QUE EM ESCOLHA DO REPOUSO NO PÓS MORTE
QUIS CINZAS LÁ ESPALHADAS PELO VENTO.



Obrigado, Manel, já foi entregue e seguramente foi muito apreciado pelo Mário, a Cristina e a Joana o teu gesto de carinho.

Também o nosso Paulo Raposo, que foi Alf Mil da CCAÇ 2405 (Galomaro/Dulombi, 1968/70) no tempo do Beja Santos, lhe mandou a seguinte mensagem:

Meu querido Beja Santos, meu ex-camarada de armas, meu amigo do peito, meu irmão na fé.

Também tenho filhos da idade dos teus. Só cada um pode avaliar no que lhe vai na alma.

Mandei celebrar missa amanhã às 8.30 na Igreja Matriz de Montemor em memória da tua querida filha.

Agora vivemos na fé depois viveremos na Luz.

Um abraço muito forte deste que te quer bem.-

Paulo


De mais longe ainda, de Xangai, na China, o António Graça de Abreu mandou um abraço solidário, sem quaisquer ressentimentos e num gesto que eu apreciei muito (por razões que cada um deles sabe), :

Camarada Beja Santos: Desde Xangai,no falecimento da tua filha, um forte abraço.
Antonio Graça de Abreu


Muitos outros camaradas e amigos deixaram comentários nos dois postes que publicámos (*).

Fotos: © Luís Graça (2009). Direitos reservados


1. Mensagem do Mário Beja Santos:

Luis e Malta:

Foi muito bom receber o vosso calor, até as vossas lágrimas, mas sobretudo a vossa companhia e os inúmeros testemunhos da vossa consternação. O blogue ali estive em peso, a dar-me a força que torna a dor(um pouco mais) tolerável. (*)

Para todos o que me abraçaram, me escreveram de perto e de longe, o penhor da minha gratidão. Agora, tenho por diante a substância do meu luto, na companhia dos que amaram profundamente a Locas.

A Cristina está a preparar um texto para o blogue referente à paixão da Locas pelos panos guineenses. Deixo-vos uma imagem da minha adorada filha no esplendor da sua beleza.

O blogue está sempre comigo, estou emocionado com os textos do Cherno Baldé, que grandeza a deste testemunho! E volto ao trabalho, dei-te ontem o livrinho sobre os cosméticos, vêm aí mais dois para Setembro, estou a acabar um programa de educação do consumidor online para os serviços da Comissão Europeia sobre consumo sustentável e depois atiro-me furiosamente à Mulher Grande (salvo seja!).

A ver se vou visitar o nosso Querido Vasco da Gama nas férias de Agosto, tenho ali um amigo e peras. Recebam todos a minha gratidão, Mário.
_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:
6 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4645: In Memoriam (25): Maria da Glória Allen Revez Beja dos Santos (1976-2009): Missa do 7º dia, 4ª feira, 19h, Igreja do Campo Grande


6 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4644: In Memoriam (24): Maria da Glória Allen Revez Beja dos Santos: "Morte, onde está a tua vitória ?" (Mário Beja Santos / Luís Graça)

12 comentários:

Hugo disse...

Camarada e amigo e Familia
Fiquei muito chocado com o desaparecimento prematuro da tua filhota.
Sei de dor dorida (o meu filho mais velho morreu num estupido acidente de mota) fez há pouco 9 anos e ainda hoje quando uma coisa destas acontece, por mais que questione"Quem de direito" não consigo obter resposta. Só mágoa que partilho com vocês.
Aceitem um abraço de sentidos pêsames do
Hugo Guerra

Anónimo disse...

Caro Luis Graça

Por favor, reponha o comentário apagado.

Salvador Nogueira

Luís Graça disse...

Não há piratas vermelhos ANÓNIMOS... Todas as opiniões são respeitáveis, desde que subscritas por ALGUÉM...

Tenho pena mas o seu comentário foi para o caixote do lixo. LG

-pirata-vermelho- disse...

Muito bem .
Apague o anterior e este.

Obrigado

Anónimo disse...

O comentário, reposto, é o seguinte:

Não vejo qualquer interesse público no exercício desta elegia que me parece excessiva, tanto por não saber de quem se trata como por não entrever qualquer dimensão da defunta (rip).

Sede comedidos, senhores.

Assinado (posteriormente):

Salvador Nogueira

Pagamico disse...

Meu prezado amigo Luis Graça

Os filhos são a luz dos nossos olhos.
Um abraço solidário para o Mário Beja Santos.

Rui Silva disse...

Mário Beja Santos:
Não o conheço pessoalmente mas desde há muito tempo que deu para saber que é uma pessoa de grandes valores de carácter e humano.
Por assim o entender; por sermos camaradas do Blogue; porque sou humano, aceite as minhas sentidas condolências nesta altura de infortúnio na sua pessoa e família.
Rui Silva

Anónimo disse...

Amigos Luís Graça/Beja Santos e Família,
Este senhor, Salvador Nogueira, não conhece o sentimento de perda e muito menos o quão gratificante é para as pessoas um pequeno gesto, uma palavra, mesmo que dita ou escrita por desconhecidos.
Talvez um dia, quem sabe, venha a precisar dela e não tenha quem lha dê.
Um Alfa Bravo
Filomena

Fernando Gouveia disse...

Ao Beja Santos, à Cristina Allen e à Joana

Perante a vossa imensa dor não encontrámos palavras. Por isso pedimo-las emprestadas ao grande Vinicius de Moraes.

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Fernando e Regina Gouveia

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro Mário

Mais um abraço, porque todos os abraços nesta hora não são demais.

Ao Salvador Nogueira:

Ninguém te perguntou coisissima nenhuma!!!

Se não entendes o que é a coisa humana de estar ao lado dos camarigos que sofrem a perda dos que lhe são queridos, nem sequer sei o que dizer-te!

Fica-te na contemplação do teu umbigo enquanto nós vamos fazendo da amizade uma forma de viver.

Abraço camarigo para todos

José Martins disse...

Não tenho Ordens nem Formação Eclesiástica. No entanto, entendo o que se passa nas Celebrações da Igreja Católica Romana, e quais os objectivos das mesmas.

A nossa presença numa missa de exéquias, sufragando alguém, é, sendo praticantes e crentes, uma manifestação de Fé; se somos católicos, porque nessa fé fomos baptizados mas não a seguimos de perto, é um acto de solidariedade.

Porque é que se encontravam presentes membros da nossa tertúlia? Porque o Mário e a Cristina pisaram a mesma terra que nós – a Guiné – e, como já foi dito e fez escola, “os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são”. A Glória também é nossa filha!

Mas, o acaso proporciona algumas surpresas.

Se a nossa atenção acompanhou as leituras – a do Antigo e do Novo Testamento – e superiormente comentadas pelo Cónego Feytor Pinto, que para quem conheça a sua eloquência, não é estranho, ouviu a “história dos Doze”. Do AT os 12 filhos de Israel, do NT os 12 Apóstolos, ou seja, o trabalho desenvolvido propõe a esses “eleitos” trazer ao Seu convívio, o maior número de elementos.

Haverá alguma relação, por muito estranha e/ou forçada que pareça, com o aparecimento e crescimento do nosso blogue? Poucos, no principio apenas um, mas que hoje, efectivamente declarados, somos mais de 350, além dos que se intitulam “apenas leitores”? Fica a pergunta.

Também não quero deixar de referir que, imediatamente antes do final da missa, na altura em que o Ministro abençoa os presentes e deles se despede, subiu ao Ambão uma senhora que, pensava eu, iria alertar os paroquianos para qualquer evento ou facto que fosse motivo de aviso.

Mas não. Com voz suave e firme, apesar embargada pelo momento, soaram palavras de alguém que conheceu a Glória desde sempre e de muito perto, como vim a saber mais tarde, que nos transmitiu “um pedaço de si mesma e com muita saudade” mas que foi uma autêntica oração e elogio à Locas.

José Martins

António Matos disse...

Sendo uma "elegia" um poema lutuoso, só vejo que a referência possa ser feita em relação à sextilha manuelina.
Se assim fôr, considero ultrajante que a estupidez seja insensível à arte da palavra rimada ; se, por outro lado, o autor do insulto colectivo apenas reflecte um sentimento menor, baixinho, imbecil e mesquinho, então faço votos que a sua tranquilidade tacanha não venha a necessitar do conforto duma palavra amiga e que os seus defuntos não venham a ser desprezados e, até, enxovalhados por todos os que os conheceram .
É por demais evidente o seu mal estar com a vida pois só por ter sido OBRIGADO é que assinou o comentário, pese embora a dúvida se, em vez de Salvador Nogueira, se chamará antes Zé das Couves, Florência Acúrcio ou qualquer outro definitivamente mais cómico.
António Matos