domingo, 24 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4409: História da CCAÇ 2679 (18): Deslocação a Bajocunda (José Manuel M. Dinis)

1. Mensagem de José Manuel M. Dinis, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71, com data de 22 de Maio de 2009:

Caro editores,
Apresento a V. Exas, agora reforçados por um elemento rangerizado, com quase tantos cargos e capacidades, quantas as latas do AB, mais uma estória para o registo da CCaç 2679, a minha Companhia, que nos Leste da Guiné só não se cobriu de glória, porque o IN aproveitou aquele período para folguedos. Façam o favor de dar uma olhada ao texto a ver se merece publicação.


Deslocação a Bajocunda

O ambiente deteriorava-se na tradicionalmente calma região de Pirada e Bajocunda. Dando continuidade às acções desencadeadas perto de Canquelifá, o IN, agora, executava o que parecia um plano sobre as populações fronteiriças sob administração portuguesa. À noite, pontificava o sequestro de populações e bens, e o fogo nas tabancas, que rasgava de luz gritante aqueles horizontes gentios. Ala que se faz tarde. Outra vez o Foxtrot posto a andar na senda dos acontecimentos.

De Piche a Bajocunda foi um extenso dia de viagem, embora a distância rondasse apenas uns oitenta quilómetros. Mas em ambiente de guerra, com as cautelas necessárias para não sermos surpreendidos por alguma acção terrorista, a deslocação era mais lenta. O pessoal apresentava-se com a habitual boa disposição. Parecia até que a guerra era como cavacas. Cautelosos, mas não intimidados. Para além de nós, também os Comandos Africanos iam reforçar a localidade. Para Pirada deslocar-se-ia uma Companhia de Páras e outra de açorianos. Com tanta gente, imaginava eu, que risco poderíamos correr, mesmo considerando a linha de fronteira confinante naqueles territórios? Francamente, já não acreditava no PAIGC, na sua capacidade para nos aterrorizar e molestar. Mas, claro, havia sempre o lado desconhecido das coisas, por isso, cautelas e caldos de galinha, como é sobejamente conhecido, não fariam mal a ninguém.
Lá prerorei sobre os novos riscos a que poderíamos estar sugeitos, que ninguém poderia facilitar nas missões, que tivéssemos muito cuidado com as populações, e a confirmar essas eventualidades de risco, aí estavam os Comandos e os Páras, como nós, a atestar dificuldades antecipadas.

Chegámos tarde, ao fim do dia, e logo deu para ver a grande confusão que reinava em Bajocunda. Os Comandos já estavam instalados, mas a maioria governava-se pela aldeia. Nos abrigos não havia lugar para o Foxtrot, e, na falta de instalações, ali ficaram distribuídos, perto das valas, em excesso de carga quando todos se reuniam. Quanto a mim, face à rebaldaria de camas e colchões de ar que preenchiam os intervalos do chão nos quartos, onde brancos e pretos se espojavam para dormir, tive a sorte de passar pela enfermaria, onde se destacava uma primeira sala com armários-despensa, destinada a primeiros socorros e consultas, e atrás, um amplo quarto, com três camas, cobertas de alvos lençóis, que pareciam engomados e tudo, sala destinada a acolher o pessoal com baixa.

Ninguém se encontrava com baixa, pelo que se tornou evidente o desperdício, e iluminou-se-me a mente quando decidi ali dormir. Surpreendidos, os enfermeiros não ripostaram. Claro, não se esqueçam das prioridades se tivermos alguém ferido ou com doença grave para permanecer na instalação, ainda adverti disposto a só ceder o lugar in-extremis.

As altas patentes locais, eram o Major Comando e o Capitão de Artilharia. Ambos congeminavam as actividades diárias, mas, no geral, era o Capitão que me transmitia as tarefas. Só por duas vezes integrámos forças com a CCA, em acções contra o IN, que não deram em nada, porque nunca lhes adivinhámos o caminho, e porque ele nos evitava. Todas as tardes saíamos, ora a pé, ora em viaturas, dependendo da distância, com missões de detecção e intercepção, colmatada com montagem de emboscada. Ainda durante a noite, se tínhamos abancado perto do aquartelamento, ou pela madrugada, regressávamos a Bajocunda para alimentação e o necessário descanso. Na enfermaria, notei, passou a haver mais cuidado, para eu não acordar. Malta porreira.

Revezávamo-nos, CCA e o Foxtrot, nas zonas a actuar. O terreno revelou-se fácil, plano, com cobertura de savana. Não havia grandes rios, apenas linhas de água. Depois de acordar, ficava à conversa com o pessoal local e os Comandos. Adoptei como poiso um canto da mesa de ping-pong. Era o centro do mundo. De entre os Comandos destacava-se um furriel imenso, felupe, de riso fácil a aguentar as provocações. Um dia referi-lhe que devia tratar-se contra o inchaço, a ver se ficava com um tamanho normal, o que evitaria tanta exposição às balas do IN. Reagiu que não era inchaço, mas músculo, força, e, para que eu não duvidasse, agarrando a camisa, levantou-me do solo

Lá o sosseguei, que sim senhor, era bem constituído, mas eu teria mais uma preocupação em eliminar os inimigos antes que o detectassem a ele. Ríamo-nos.
E havia um tigre em Bajocunda. Na verdade, eu nunca tinha imaginado essa possibilidade, nem que fosse apresentada pelo Chabrol ou o Lelouch, sob a forma de cinema de aventura. Mas deparei com uma cadeira, do tipo cineasta, com doi panos em armação de madeira, que apresentava nas costas a referência ao "Tigre". E sentei-me nela, até me dizerem que a cadeira tinha dono. Ó faz favor. Mas não era o dono, era só para avisar. Muito bem. Apareceu o Tigre, um furriel com ar hollywoodesco, bem abrilhantado, cortês, com uma magnífica cabeça de tigre tatuada nas costas. A primeira diferença entre o Tigre e eu, era a minha cobertura pilosa na superfície das espaldas. Logo, eu nunca poderia ser tigre. Descendo do petacantropus. Não sei se verdade ou não, constava-se que fora mercenário da L.E., mas nunca lhe descortinei marcialidades condizentes, apesar de ter seguido com o Major.

O Major era a serenidade. Introvertido, não procurava o pessoal para qualquer género de conversa. Dir-se-ia estar sob um desígnio superior. Alto, magro e teso, era uma representação marcial perfeita. Quando passava, delicadamente o pessoal cumprimentava-o. Mas era restrito nas aparições públicas. Brincava, por vezes, sob a sombra da árvore, nas traseiras da secretaria, atireando-lhe a faca de mato, procurando um alvo que se evidenciava após o entretém. Uma ocasião estive para pedir-lhe a vez no lançamento da faca, mas adivinhei que ele me ganharia com facilidade. Parco de palavras, impunha-se pela fácil aceitação do poder junto das tropas. Sempre claro e sucinto. Até para impor a disciplina. Assisti ao pedido de cedência do gabinete ao Capitão, para tratar de assunto particular à CCA, que anuiu, naturalmente. Mandou trazer à presença o recalcitrante, e, dentro de portas, sem espectáculo, tratou do assunto, com a preocupação de deixar o compartimento tão arrumado, quanto o recebera. A sua presença inspirava confiança.

Mas a CCA tinha os seus vaidosos. Em primeiro lugar o Ten. Januário, o homem com mais bajudas em território guinéu. Era natural, ainda jovem, boa figura, dinheiro no bolso e muita oportunidade para se deslocar pelo território, granjeou tanto fama de guerreiro, como de engatatão. Vivia feliz, e tinha boas perspectivas. Outro, era o Justo, da minha Companhia no CISMI. À promoção social que a tropa lhe dava, ainda juntava o gosto pela moto em andanças por Bissau que o conduzisse à sedução feminina. Coisas da juventude. Um belo dia, o Januário, na mesa de ping-pong, referiu-me que estava connosco porque lhe pagávamos bem, mas que um dia, teria como preocupação e alvo os cabo-verdianos. Daqui inferi várias coisas. Que admitia a autonomia administrativa do território, e que já representava a corrente geral, quer no PAIGC, quer nos pró-portugueses, que a Guiné era para os guinéus e Cabo Verde para os cabo-verdianos. Que estes juguilavam a ascenção dos guinéus, e para estabelecer a necessária justiça, ele sentiria um chamamento.
Por outro lado, havia o Jamanca, sóbrio, simpático e delicado, com muitas provas dadas, enquanto militar, que o impunham à consideração de todos. Estas as figuras da CCA que melhor retive, apesar do escasso conhecimento geral com que posso referir-me a eles. Em passo de desfile, eram muito bem apresentados e convincentes.

Começaram as chuvas. Uma tarde, a luminosidade do dia desapareceu, substitída por um manto escuro de nuvens que, rapidamente, cobriram a região, anunciadas por trovoada e relâmpagos em aproximação. Em pouco tempo adensou-se a tormenta, e, a umas pingas iniciais, logo o manto revolto de núvens se abriu lançando torrentes de água que se precipitava sobre a terra e as gentes sequiosas. Debaixo do alpendre assisti às manifestações de gaudio provocadas pela chuva generosa. De facto, as crianças corriam e rebolavam na movimentação de águas, que descia a rua do Silva, no sentido da pista para o aquartelamento, onde, à entrada, formava um lagoaçal de água barrenta, que parecia uma piscina, tal o aproveitamento das crianças felizes, qual ritual de agradecimento ao dilúvio. Mas a maior surpresa foi o aparecimento da formiga de asa, milhões que esvoaçavam em grupos, como se tivessem ganho vida com as águas. E outra vez os putos, embora também alguns adultos, procuravam encher sacos daqueles insectos que garantiam o petisco sazonal. Não cheguei a ver como preparavam os voadores, mas era garantidamente um petisco.

Uma tarde, em dois unimogs, desloquei-me na direcção de uma aldeia, para ali permanecermos na vã esperança de surpreendermos uma surtida do IN. Com o cair da noite escura, mais acentuadamente em virtude do céu encoberto, deitei-me no chão da mesquita, uma construção tradicional de adobe com cobertura de colmo. Adormeci, até que a fúria dos elementos me despertou para um espectáculo, que tinha tanto de tenebroso, como de fascinante, uma tempestade equatorial. A minha primeira tempestade, com um grade rebuliço de trovões e relâmpagos, acompanhamento indispensável à chuvada intensa. Um dilúvio com a grandiosidade de Bettohven. Deitei-me de bruços a olhar para o exterior, extasiado pelo espectáculo de luzes, cores e figuras em contra-luz, com o acompanhamento da música estrondosa da trovoada em despique, qual circo fantático proporcionado pela natureza revolta.
Ao fundo, as árvores altas e esbeltas ganhavam cores de prata e rosa, conforme a iluminação constantemente alterada que os relâmpagos proporcionavam. Em grande plano, dois vultos de Foxtrot, envoltos em ponches, sentados no banco corrido de um dos unimogs ali estacionado, imóveis e resistentes, anunciavam-se como figuras em escuro contra o fundo vegetal iluminado.

Quando me dirigia para a enfermaria, a ver se apaziguava o sono, verifiquei que um dos enfermeiros se me dirigia algo agitado, referindo que naquela noite não poderia ali dormir. Perguntei se havia azar. Que sim, um comando tinha sido morto e estava numa das camas. Entrei para ver. Realmente, na cama do meio permanecia o corpo inerte. Curioso perguntei o que tinha acontecido, e explicou-me que durante a emboscada nocturna o militar teria saído da formação para dar vazão a necessidades fisiológicas, e quando retomava a posição fora abatido pelo companheiro do lado. Uma cagada!
Ainda assim perguntei a confirmar se o homem estava morto. Que sim, claro, já estava morto havia um bom bocado, sem dúvida.

- Ó pá, então não há azar, é até um bom companheiro de quarto , na medida em que não ressona. E contra a expectativa, deitei-me na cama ao lado para o sono reparador.

Da nossa actividade em Bajocunda não houve qualquer registo especial, para além do trabalho diário na tentativa de interceptar o IN em alguma volta mais original. No entanto tal não se verificou, sempre andámos por caminhos trocados. Neste período resultaram apenas dois contactos, ambos com a CCA.

Num deles, um grupo que acompanhava o Teixeira estava emboscado num local perto de Copá, quando apareceu um grupo de guerrilheiros a avançar no trilho, mas ainda algo distante. Parecia favas contadas, mas um comando abriu fogo, sabe-se lá porquê, nervoseira, certamente, do que resultou um fogachal inconsequente.

A outra acção foi uma emboscada na ponte, entre Pirada e Tabassi, num local de abrandamento obrigatório para as viaturas, pois a água já passava sobre a pequena ponte. Uma viatura civil que integrava a coluna de reabastecimento, terá caído na zona de morte, do que resultou a morte do condutor e a destruição da camioneta. A reacção dos Comandos foi pronta e eficaz, na medida em que o IN imediatamente abandonou o local, fugindo na direcção da fronteira. Dada a escassez de pessoal, apenas um grupo garantia a escolta, não foi possível desencadear a adequada perseguição.

Em 25 de Junho regressámos a Piche. Já sintia o cheiro a férias.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 7 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4298: História da CCAÇ 2679 (17): A última partida e Unimog sublimador (José Manuel Dinis)

5 comentários:

Hélder Valério disse...

Zé Manel,
gostei bastante da descrição da tempestade. Até parecia que a estava a ver...
Quanto a dormires com o morto, acho que foi uma boa opção! Costuma-se dizer que é preciso cuidado é com os vivos, não é com os mortos.
Hélder S.

Luís Graça disse...

José Manuel Dinis:

Deixa-me agradecer-te os teus valiosos contributos para o conhecimento do dia-a-dia da guerra na zona leste, e em especial na egião do Gabu, e nas zonas fronteiriças (Bajocunda, Pirada...).

Sobre os Comandos Africanos, falta-nos também um aprofundado conhecimento da sua sociodemografia e socioantropologia... Temos mais ou menos algumas ideias estereotipadas, fruto de um convívio superficial, esporádico...

Deixa-me citar aqui um parágrafo de um texto meu, já antigo, e a precisar de alguma revisão (I Série do blogue: 11 Julho 2005
Guiné 69/71 - CIII: Comandos africanos: do Pilão a Conacri):

(...) O "estranho e inexplicável rebate de consciência" do supervisor da 1ª CCA (o então major Leal de Almeida) que inicialmente se teria recusado a participar na Op Mar Verde; o "momento de hesitação" do capitão graduado comando e herói Bacar Jaló; e, mais tarde, a deserção do "filho da puta" do tenente graduado Januário e dos seus homens, além da "forma bizarra" como actuou no terreno a equipa do alferes graduado Jamanca (as expressões entre aspas não são minhas, mas do comandante Alpoim Galvão) não deixam, entretanto, de pôr em causa a tão proclamada eficácia, eficiência, disciplina e espírito de corpo dos comandos, sendo factos reveladores desta verdade tão simples e comezinha: mesmo os profissionais da guerra, mesmo a tropa de elite, por muito máquinas que sejam, não deixam de ser tão livres, responsáveis, vulneráveis e… até mortais como os outros homens, civis ou militares. (...).

Nem santos nem demónios... Apenas homens...em guerra, fabricados para a guerra

Anónimo disse...

Em relação ao comentário do Luís Graça sobre os cmds Africanos:
1. O caso que o Diniz refere sobre o morto, ao lado do qual dormiu, aparece nas memórias do Amadu, neste pequeno extracto:
"O soldado Teófilo, numa das primeiras saídas, para montarmos uma emboscada em Sare Aliu, junto à linha da fronteira na área de Bajocunda, foi satisfazer as necessidades e não avisou ninguém. Era uma noite escura e quando regressava para junto do grupo perdeu a orientação e entrou por outro lado da emboscada. Ninguém o reconheceu, nem deu tempo para fazer perguntas."
2. Muito haverá a dizer sobre os cmds africanos. Espero que as memórias do Amadu Bailo Djaló tragam alguma luz sobre a utilização das referidas tropas. Do que me foi dado a conhecer até agora, resultado de horas de conversa com o Amadu, há, de facto, muita coisa a esclarecer ou não. Algumas questões:
- existem dúvidas sobre a morte de vários cmds africanos, se terão caído em combate ou se as alturas foram propícias para ajustes de contas em plenas acções de combate.
- Parece hoje ser claro que havia rivalidade étnica, nomedamente entre fulas e balantas. As próprias promoções, louvores e medalhas foram alvo de muita contestação no seio das referidas tropas.
- A op a "Conackry" foi afectada claramente pelo mau ambiente entre os diferentes grcmds. Do que tenho lido, a motivação estava longe de ser a adequada para uma operação de tal envergadura.
- Ao longo do tempo foi-se vendo que os militares africanos iam ganhando consciência de que a guerra estava a ser transferida cada vez mais para as suas mãos. E não podemos esquecer que muitos deles, tinham familiares a lutarem pelo PAIGC.
- O caso do Januário é elucidativo. Há vários militares que referem ter ouvido o tenente, ainda na "Montante" dizer que desertava logo que pusesse os pés em Conackry. Nenhum dos que o ouviu a defender a deserção, denunciou o facto aos seus comandantes. Deste procedimento podemos tirar as conclusões sobre o empenhamento ou falta dele dos cmds africanos.
Em resumo, há muito ainda a saber. E fico esperançado que o Amadu, vá saindo do politicamente correcto e conte realmente o que foi vendo ao longo desses anos.
vbriote

Anónimo disse...

Temos que ser realistas, e ver os pontos de vista dos africanos.

Porque o ponto de vista nosso, estamos vivos e sem complexos a falar deles.

Com eles é mais difícil: Porque alem dos problemas étnicos que é um brutal tabú, havia naquele tempo e ainda hoje uma descrença total na "conversa" das chamadas elites que iam (des)governar as múliplas etnias.

E os povos africanos, têm a sabedoria própria como qualquer povo, e não era por muitos estarem do lado do exercito português, em todas as colónias, que eram menos "independentistas" que os outros.

Eles sabiam com ia ser "o dia seguinte"!

Anónimo disse...

Camaradas,
Os comentários do Luis e do Vitor merecem-me uma reflexão:
1 - O Luis transcreve umas linhas do livro de Alpoim Calvão onde, à guisa de desculpa para o descalabro da Op.Mar Verde, refere-se ao Major Leal de Almeida de forma a lançar dúvidas. Do escasso conhecimento que tenho, L.A. não era, e não será, cagão, nem cagarolas. Tanto quanto interpretei na época, o Major bateu com a porta ao General, relativamente à operação referida, por discordar do método, da oportunidade, fundamentado em qualquer razão militar. Porque um bom chefe militar deve medir os riscos, e quando tem a iniciativa, deve assegurar-se do êxito da missão. O senhor Coronel não está disponível para falar dessa matéria (actualmente é Coronel na reforma). O único êxito da missão foi concretizado pelo M. Mata, um outsider na acção.
2 - O Vitor tem em mãos a possibilidade de conhecer melhor a realidade das NT recrutadas localmente. Mas, também sobre a Op. Mar Verde pode vir a fazer revelações, se o Amadu tiver conhecimento de factos inéditos.
3 - Refere-se ainda a um estado de inquietação antes do desembarque. E diz:"do que tenho lido a motivação estava longe de ser a adquada para uma operação de tal envergadura". O comandante estaria distraído, não sentiu as dúvidas do pessoal?
5 - Não devemos ser juízes de causas desconhecidas, e sobre certos assuntos paira um manto encobridor, pelo que, resta-nos esperar por eventuais apontamentos que esclareçam certos episódios.
Abraços
J.D.