segunda-feira, 13 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4179: Agenda Cultural (5): Exposição Testemunhos de Guerra, Museu Municipal - Paços de Ferreira, 25 de Abril a 24 de Maio de 2009

1. Mensagem de Orlando Miguel com data de 9 de Abril de 2009:

O Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, tem o prazer de convidar V.Exa. e família a estar presente na inauguração da exposição temporária "TESTEMUNHOS DE GUERRA", integrada nas comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril de 1974, pelas 15 horas, no dia 25 de Abril de 2009 no Museu Municipal Museu do Móvel de Paços de Ferreira.

Contamos com a sua presença





Exposição “Testemunhos de Guerra”

Uma abordagem sobre a presença de Portugal em África, qualquer que seja o prisma dessa observação, é um desafio que tem tanto de aliciante como de arriscado. São inúmeras e diversificadas as fontes de informação disponíveis, são exaustivas as investigações até hoje realizadas. Mas como em qualquer facto que envolve emoções colectivas, as conclusões quanto às razões da nossa presença, à forma humana e social que a revestiu, são divergentes ou até antagónicas.
Se isto é verdade em relação aos acontecimentos distanciados no tempo, a análise do período que decorreu entre 1961 e 1974, ainda recente nas nossas memórias, reveste-se de particular sensibilidade.

Envolvendo cerca de 1.361.596 jovens, e por consequência, todos os seus familiares, afectou um imenso universo humano que, ainda hoje, se questiona sobre as razões de tantos e tão prolongados sacrifícios. O facto é que, de uma forma ou de outra, e por muito que alguns queiram recusá-lo, foram de todos os Portugueses os dias e os longos anos da Guerra Colonial.

A Guerra que Portugal travou durante 13 anos nas nossas ex-colónias – Angola, Guiné e Moçambique, e que teve como desfecho o 25 de Abril de 1974, é o tema que nos propomos tratar nesta exposição.

Este evento é dirigido não só, a todos os que tenham alguma curiosidade em conhecer mais em pormenor o que foi a Guerra do Ultramar, nomeadamente os mais jovens, assim como àqueles que tiveram um papel activo no desenrolar deste acontecimento – os ex-combatentes, permitindo-lhes rever em fotografias alguns locais onde viveram durante a sua permanência em África.

A exposição está dividida em diversos momentos que nos retratam os mais variados aspectos da Guerra, através de uma forte componente fotográfica, apoiada igualmente por armamento e equipamentos militares.

A exposição inicia-se com um painel dedicado aos Antecedentes, onde deparamos com fotos panorâmicas das mais significativas cidades das antigas colónias. A par dessas urbes encontramos imagens em que nos surgem obras públicas de significativa dimensão. A partida das nossas tropas, as condições da viagem e os seus meios de combate perpassam noutras tantas fotos. Num segundo momento da exposição denominado As tropas, seus meios, podemos ver a chegada e o desfile das nossas tropas nas capitais das colónias, bem como a euforia e contentamento da população. Imagens há que nos revelam os meios logísticos utilizados pelos nossos militares ao longo destes 13 anos de Guerra.

O painel A Acção Social, reporta-se à cooperação dos militares com as populações autóctones, com destaque para as relações entre os soldados e as crianças, no âmbito da actividade do psicossocial, constituindo um dado relevante. As iniciativas de carácter social promovidas pelos nossos militares, traduziram-se em contribuições extremamente valiosas nos domínios da acção educativa, económica, sanitária e médica.

Num outro momento da exposição denominado O Inimigo temos a possibilidade de compreender a ideologia e os objectivos dos diferentes líderes e movimentos de libertação existentes em Angola, Moçambique e Guiné. Apresenta-se-nos um conjunto de fotografias da vivência da guerrilha africana, bem como de armamento apreendido pelas nossas tropas. Expostas em vitrines, estão algumas das principais armas usadas pelos guerrilheiros.

Em Os Aquartelamentos, emerge através das fotos o quotidiano da vida dos combatentes, as suas instalações, o seu viver diário, os seus tempos livres, as suas expectativas e os seus trabalhos no decurso de ansiedades e incertezas.

De grande riqueza fotográfica se apresenta o painel Os Combates, com fotografias de situações de combate, de ataques e emboscadas. Imagens dos corpos especiais de combate, com destaque para os Comandos, os Pára-quedistas e os Fuzileiros, têm também lugar nesta exposição. Em exposição podemos observar algumas das principais armas usadas pelas tropas portuguesas neste conflito.

A exposição termina com um sector dedicado Às Consequências desta Guerra, onde se podem apreciar alguns dos tipos de condecorações existentes, como o Colar de Torre e Espada, a Medalha de Valor Militar, a de Cruz de Guerra e a das Campanhas de África.

Também nesta zona da exposição, há lugar para a referência às consequências físicas e psíquicas da Guerra:

Os deficientes e a sua Associação (ADFA);
A listagem dos militares que faleceram: 9.749 mortos;
O 25 de Abril de 1974;
As datas da independência das colónias.
No seu conjunto a exposição “Testemunhos de Guerra” representa com critério uma visão global das fases que marcaram um período recente da história de Portugal.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4093: Agenda Cultural (5): Poetas da guerra colonial em conferência internacional, Coimbra, CES/UC, 30/3/2009 (Cristina Néry)

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