quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3842: Tabanca Grande (111): José Brás, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1622, Guiné 1966/68

1. Mensagem de José Brás, ex-Fur Mil TRMSda CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68, com data de 2 de Fevereiro de 2009: 

Caros Luís Graça e Carlos Vinhal

Enviei a 19 do mês passado, como digo abaixo numa 2.ª via enviada a 27.01.09, um texto em jeito de “carta (entre)aberta a Joaquim Mexia Alves.

Nesse meu texto mostrava a minha visão sobre a questão da “guerra” através da oportunidade “Guilege”.

Não é um texto, segundo creio, nem ofensivo nem muito (e polemicamente) contrário ao do JMA, já que, deplorando profundamente aquela parte da história do meu (nosso) País na tendência de uma perspectiva universalista (perdoem a pretensão) do homem, do passado e do futuro do homem, que tenho tentado manter, não recuso falar dos actos militares, a bravura, o heroísmo, mesmo, de alguns, direi, da maior parte que sofreu a dureza do isolamento, do cerco psicológico e de facto, algumas vezes a fome, o choro pelos mortos e a incompreensão sobre aquilo tudo.

Nem recuso o debate sobre vitórias e derrotas, pese embora a certeza que tinha já, no terreno, da impossibilidade da vitória definitiva.

Penso que alguma polémica não faz mal a ninguém, sobretudo se soubermos guardar o respeito pelos “adversários” de circunstância, de facto amigos e irmãos.

Daí ter estranhado que, nem a 19, nem a 27, tenha visto sinais do texto ou da sua recepção.

Entretanto, na ressaca, outros textos me saíram, enviados ao Mário, camarada da Guiné e colega antigo da TAP.

Hoje mesmo recebi dele sinais de que o meu texto não havia chegado nunca ao destino certo.

Enviava também duas fotos como forma de abrir a porta e entrar na Tabanca.

Dos textos que enviei ao Mário, o Mário mesmo pode reenviá-los e vocês far-lhe-ão o que acharem mais indicado, na certeza de que não quero entrar de rompante e ocupar terrenos que só vocês sabem como gerir em equilíbrio.

Portantos (como se diz por aí à bruta), aqui vai de novo o primeiro texto que enviei, provavelmente já anacrónico na diferença das datas e das águas que já correram. 

Um grande abraço e votos de bom trabalho.
Até breve
José Brás


2. Mensagem de José Brás com data de 27 de Janeiro de 2009, a qual não encontrámos entre a correspondência recebida:

Caro Luís Graça
Enviei a 19.01.09 (ou penso que enviei) o texto abaixo junto com carta aberta a J. Mexia Alves sobre intervenção sua e editada no blogue acerca da chamada “batalha de Guilege”.

Acompanhavam tal texto duas fotos, uma antiga e outra actual, forma que julgo suficiente para ser considerado um novo “camarada” da Tabanca Grande.

Entretanto novos textos foram aparecendo sobre o mesmo tema, uns, como o de JMA, deambulando por caminhos de análise puramente militar e hipermetrópica, própria do contrário da história, outras que, como eu, não negando a análise militar (tudo é analisável), não arredam a parte mais interessante da visão universal do direito dos seres humanos a disporem da sua vida e da sua liberdade num mundo que sempre se sonha melhor no futuro.

Estive com alguns problemas no meu computador e, no exemplo do que aconteceu com outras mensagens para outros destinatários, temo que não tenha chegado ao teu correio o texto que refiro acima como enviado.

Indicia tal situação o facto de não lhe ter visto mais qualquer referência no blogue, nem ter recebido eu a acusação da recepção.

Desse modo o reenvio agora com um abraço de cumplicidade a todos os que mantém o interesse na discussão plural e aberta sobre uma página da nossa história que, como todas as histórias, individuais ou colectivas, não se fazem apenas de glórias e heroísmos mas também de muitas misérias e cobardias.

José Brás

Carta (entreaberta) para Joaquim Mexia Alves e … não só
Via Tabanca Grande


Caro amigo
Talvez não seja correcto dizer-se que não nos conhecemos, que nunca nos encontrámos por aí, nas andanças de paisanos metidos a “tropas” em circunstâncias que não desejámos, seguramente, nem eu nem o meu amigo.
Daí que talvez não fosse apropriado o tratamento de “caro amigo” e que o estranhe por o ter usado eu, aqui.
Contudo, a mim me parece não ser verdade verdadeira a afirmação de que nunca nos encontrámos, tendo estado nos mesmos lugares, caminhado nos mesmos caminhos, respirado fundo sob as mesmas árvores, suado do mesmo calor e da mesma humidade, bebido da mesma água (quem disse que o rio não corre duas vezes no mesmo lugar?), sentido as mesma angústias, sofrido as mesmas dúvidas (ao contrário do outro, nós tínhamos dúvidas e enganávamo-nos algumas vezes, não era?), visto os mesmos esgares de dor de quem partia…apenas porque nada disso foi contemporâneo.
O amigo esteve no Xitole em 71 e, provavelmente mergulhou uma vez ou outra no Saltinho, patrulhou por Contabane e Aldeia Formosa. Eu estive uns meses em Aldeia Formosa em 67 (e em Mejo depois) e mergulhei também nos rápidos, almocei e bebi uns copos com a malta do Xitole sempre que me deu na gana fazer o “passeio”, às vezes apenas dois ou três “malucos” num jipe velho.
Lembro-me de uma vez em que jogávamos à bola no “estádio” local quando as morteiradas começaram a sair da mata e a cair bem perto.
Lembro-me de uma noite passada do outro lado do Rio Corubal, ouvindo os motores do Xitole, dormindo antes do ataque a “Portugal Pequenino”, onde tivemos um morto e vários feridos.
Estou seguro que a palavra amigo não está aqui a mais.
Ainda que não estejamos de acordo sobre a questão da “Retirada de Guileje”!
Quer dizer. O desacordo não tem tanto a ver com a análise da “acção militar” que lhe deu forma, com a classificação de certa ou errada, de vitória ou derrota militar que aqui esteve presente. O desacordo tem mais a ver com “os olhos” com que se vê o acto.
O amigo quer fazer análise puramente militar, decalcar dos compêndios militares os conceitos, as definições, os princípios, os objectivos, instrumentos e ferramentas que fabricavam os futuros generais. Amílcar Cabral não frequentou os bancos de tais universidades, como os não frequentaram Ho Chi Min, nem Giap.
Eu recuso-me a um exercício desses. Se bem que não tenha recusado a guerra nem na guerra o risco do pêlo algumas vezes; se bem que nunca me tenha sido indiferente olhar para dentro da “inteligência militar” deste País e de outros em casos parelhas; se bem que sempre tenha prestado a homenagem devida à coragem individual e colectiva, tantas vezes exibida naquela terra por portugueses militares feitos à pressa ou profissionais saídos das tais escolas; se bem que isto e aquilo, eu gosto mais de pesar tudo isso à luz dos caminhos da história; à luz da legitimidade da luta de quem quer libertar-se, e nisso, aceita mesmo dar a vida; à luz do valor das vidas dos que de aqui partiam, olhando-se uns aos outros na tentativa de neles encontrar razões e alento.
E ninguém, a meu ver, ninguém, repito, tinha o direito de dispor de tais vidas e de lhes dar fim. Às vidas, veja bem, coisa única e só que a maioria deles possuía, e que, perdendo-a, tudo perdiam, irremediavelmente.
Dai que não entenda que diga, como diz “Em primeiro lugar parece-me que não podemos analisar uma situação destas de guerra, com o pensamento nas vidas humanas que se poupam ou se perdem”.
Então, analisamo-la a que luz?

- À luz dos “princípios da portugalidade multirracial e pluricontinental?
- À luz da posse legitimada quinhentos anos antes?
- À luz do sonho territorial de Afonso de Albuquerque?

Não estou seguro que o amigo tenha querido dizer mesmo o que disse, escrevendo-o.
O amigo, tanto quanto me parece era um civil, militar apenas episódico, com formação humanista que chegue para entender a universal ânsia de felicidade dos povos (se é que isto existe para além do conceito) e dos indivíduos que os compõem.
Às vezes dizemos coisas que nem queríamos dizer com o sentido que as palavras que largamos, lhe dão. Já me tem acontecido a mim.
Diz William Boyles Jr., em “Brothers in Arms”, “A melhor arma de um soldado não é a sua espingarda, mas a capacidade de ver o inimigo como uma abstracção e não como um ser humano”
Bem, vejamos. Dizíamos nós, na Guiné, naquele tempo e provavelmente com algum exagero, que em Bissau, aos chefes não importavam muito os soldados que morriam, que perdiam pernas, que perdiam braços, que perdiam a fé no mundo.
Conclusão trágica, seria essa no significado que alargava a abstracção aos próprios amigos.
No fundo, parece que é isso que o amigo mesmo diz, referindo-se ao Coronel Coutinho e Lima, quando se dispõe a, pensando alto, a analisar a sua decisão…”temos de nos “afastar” desse “rosto” e analisarmos os factos”.
Não sei se já leu o livro recente do Coronel onde ele tem a oportunidade de colocar afirmações sobre factos e situações, apoiando-se em documentos oficiais.
Pelo que li, e a mim me parece material mais seguro do que os “postes” que cita, não creio que lhe restassem a ele, na altura, grandes alternativas, mesmo numa visão militar, quando Bissau lhe recusava reforços em homens e armas imprescindíveis para aguentar mais alguns dias.
A não ser que decidisse cumprir com atraso, o acto que uns anos antes Salasar havia ordenado a Vassalo e Silva, na Índia. “Morram todos!”
Note. Digo “aguentar mais alguns dias” porque acho também incorrecto dizer-se “em Guidage e Gadamael ganhámos e em Guilege perdemos”.
Em Guidage e Gadamael ganhámos o quê, meu amigo?
Veja. Não desdigo, nem a bravura de muitos soldados portugueses, se quiser considerar apenas a decisão individual de combater com risco e sofrimento, nem desdigo o objectivo que vivia nas convicções de muitos militares que combatiam e arriscavam, apenas para dar tempo e condições aos políticos para negociarem.
Mas não perdoaria nunca a um comandante que voluntariamente e por decisão pessoal levasse à morte e à prisão de Conakri dezenas de portugueses.
Diz ainda “em certa medida uma guerra inútil e em muitas facetas injusta”.
A única guerra útil e justa, acho eu, a única guerra em que eu aceito que militares e paisanos abdiquem das suas vidas, é aquela, inevitável, que decidimos travar quando querem entrar (ou se instalam) na nossa casa sem convite.
O amigo sabe que durante os séculos de presença portuguesa em África, nunca se passaram cinco anos seguidos, sem revoltas, sem actos de sublevação dos povos locais, contra tal presença. Aceitavam uma guerra útil e justa e nela morrerem. Mesmo assim, tal oferta suprema, hoje, num quadro de globalização selvagem em que os países são apenas “défices”, “crédito inter-bancário”, capitais virtuais que “circulam” por decisões tomadas num ponto qualquer do Globo que nem eu nem o amigo conhecemos, mas que condicionam verdadeiramente a sua e a minha liberdade, e a liberdade de povos inteiros, tal oferta suprema, há que confessar, parece-se muito, hoje, com a luta de Quixote contra os moinhos de vento.
E pronto!
Chegados aqui, concluímos o quê?
Que, como o amigo diz e eu repito, provavelmente não tem, não temos, nem o amigo nem eu, razões fortes para desacordo.
O problema é que “em casa onde não há pão…”

De qualquer modo, tendo passado também, alguns meses nas matas de Mejo, no “corredor”, na estrada Gadamael-Guileje-Mejo, tendo estado presente em Guileje na abertura de Gadembel, obrigados a grandes cuidados até para despejar o lixo a poucas centenas de metros do aquartelamento de Mejo, vivendo, praticamente, nas barbas de Salancaur, crendo profundamente nas razões, nos meios postos à disposição do PAIGC e na inteligência do seu líder, sempre soube da sua vitória final, e que contra essa vitória, não bastavam, conceitos de academia militar, nem interceptar corredores, nem sacrifícios extremados, nem heroísmos espectaculares.
Tal vitória podia ter sido negociada e repartida entre os dois povos, porque vitória é sempre a de dois povos ou duas pessoas (e da humanidade) que em vez da guerra preferem conversar.
Não foi!
Não foi… e, agora, parece-me tarde e pouco saudável continuarmos a fazer análises que eram já velhas, então.
E menos ainda inquéritos a macaquear a interactividades televisivas.

Um abraço
Montemor-o-Novo, 19.01.09
José Brás

Nota:

Enviei já ao Coronel Coutinho e Lima e-mail sobre o seu livro, portanto, mais ainda, sobre a “Retirada”. Não junto aqui o texto porque, se lho enviei a ele, pessoa individual apesar de pública, o texto é dele e só ele (Coronel) pode sobre ele (texto) decidir.

Outra nota: Cumprindo o “Regulamento”, envio duas fotos, uma tirada em Aldeia Formosa e outra actual, bem como um texto escrito em Mejo, em 68

GUINÉ
CÉU


Mar longo inatingível
poço negro-rubro-azul
fornalha de mil fogos queimando encéfalos
estrada-libertação de impossíveis
cenário de um sol-tudo-quase-nada
que acende labaredas nas retinas

HOMEM

Esforço quase-sangue
tatear quase-saliva
corpo tosco e baqueante
latejar de veias-não-azuis
protesto que fica apodrecendo
no cardume de revoltas não-gritadas

MATA 

deglutinação voraz do espaço
quilolitros de esperma-verde
ovários milhões de vezes fecundados
binário vida-morte luxuriantemente entrelaçados
arena sem bancadas nem varandas
onde insuspeitos irmãos se ferem cruamente

Mejo/Chin-Chin Dari Março de 68
José Brás

3. Comentário de CV:
Caro José Brás, bem-vindo à nossa Tabanca Grande. Lamentamos que tivesses de ter batido duas vezes à porta para entrar, mas na verdade não encontrei as tuas mensagens no endereço do blogue luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com.
Não me apercebi de que fizesses referência à tua Unidade e à tua Especialidade. Num próximo contacto, conta-nos tudo.
Peço-te que esqueças esta atribulada entrada na Tabanca e que continues, já que começaste brilhantemente, com a tua parte na feitura deste repositório, destinado aos nossos vindouros. Cabe a nós, ex-combatentes, a responsabilidade desta tarefa e este Blogue é um meio excelente para o fazermos.
Para terminar, deixo-te um abraço em nome da tertúlia.
CV
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3831: Tabanca Grande (110): João Seabra, ex-Alf Mil da CCAV 8350, Guileje, 1972/73

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo José Brás

Em primeiro lugar o termo amigo está muito bem, porque não?

Eu costumo usar o termo que inventei "camarigo" que me faz viver a camaradagem e a amizade.

Em segundo lugar uma precisão: eu só cheguei ao Xitole no inicio de 72 o que para o caso não tem importância nenhuma.

Quando disse o que disse acerca das vidas humanas, logicamente que não foi por falta de consideração pela vida seja de quem seja, mas apenas para dizer que por vezes para analisarmos os factos numa determinada perspectiva, temos de nos afastar dos sentimentos, exactamente como quis dizer em relação ao Coutinho e Lima.
Quem me conhece sabe bem como prezo a vida sobretudo dos outros.
Mas a análise estritamente militar é possivel, e não ofende a meu ver ninguém.
Vejam-se os verdadeiros tratados e estudos sobre as mais diversas guerras da humanidade sobretudo as Grandes Guerras do séc XX e que não foram feitos exclusivamente por militares, mas por historiadores e estudiosos da coisa militar.
E a coisa militar nem é propriamente do meu agrado, porque se fosse tinha metido o xico, como se costumava dizer.

Agora outra coisa bem diferente.
Pela fotografia percebo uma jaqueta de forcado.
Pertenceste ao Grupo de Montemor?
Tive lá grandes amigos.

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Bonito,

A Tabanca Grande é assim!

Cada um à sua maneira, em respeito total pelas idéias e formas de ver diversas.

Vocês não se conhecem! Eu tenho a felicidade de conhecer os dois.

Diferentes! Mas com corações maiores que o próprio corpo.

Zé o Joaquim é mais grandalhão, mas os vossos corações são iguais, muito grandes na dádiva.

Camarigos, ou camaradas, espero que no dia que se encontrem, o vosso abraço, seja maior que o Cumbijã!|

Mário Fitas

Hélder Valério disse...

Amigo e camarada José Brás, em boa hora decidiste aparecer.
A nossa Vila Franca bem que estava carecida de elementos no Blogue. Sei que há mais que o acompanham mas falta-lhes o "clik" para entrarem (não é verdade, Zé Augusto?, não é verdade, Vitor?, não é verdade, Bento?). E como diz o Mário Fitas, que é teu conhecido e que eu muito estimo, espero que também reconheças no Mexia Alves uma grandeza de "alma", homem de "coração ao pé da boca", com o qual se pode discordar e ter um debate vivo, mas franco e leal, um homem com o qual podemos contar para ser amigo do seu amigo, sem reservas. Eu não o conhecia antes do Blogue mas tive a oportunidade de o comprovar nos dois encontros em que já participei.
Uma outra razão para a minha satisfação para a tua entrada, é que alimento fortes expectativas de que sejas interventivo com a qualidade demonstrada nesta tua apresentação e que possas ser um escritor vilafranquense em sucessão ao malogrado Álvaro Guerra, ferido em combate na Guiné e mais tarde escritor e embaixador, para além de outro ponto que temos em comum e que é a UDV (União Desportiva Vilafranquense) a cuja Secção Cultural pertencemos.
Um forte abraço
Hélder Sousa

joão coelho disse...

Este texto de José Brás é exemplar, um conforto para a alma.
Bem haja!

João Coelho

Carvalho disse...

Caro Amigo José Brás:
Não te conheçia nem como ex-combatente "tabanqueiro" nem como escritor de muito mérito.Bastou-me saber que também te castigaram aqueles calores e te sangrou a alma, por aquelas matas e capins de Aldeia Formosa, para ganhar um amigo.Bastou-me ler a análise que fazes daquele conflito, com a razão de quem pensa e a sabedoria de quem repensa, para perceber que estou perante alguém com quem me identifico.Eu ainda não li aquele livro do Coutinho Lima, sendo certo que,desde que comecei a aprender a aceder ao nosso blog, tenho lido tanta coisa sobre a guerra da Guiné que não sei se precisarei de ler o livro.Depois, lembro-me muito bem de estar em Colibuia e ouvir aqueles desgraçados a embrulhar uma semana seguida.É certo que se fala das nossas vitórias em Gadamael e Guidage mas, se foram vitórias, foram de Pirro. De facto puseste o dedo no ponto e, por outras palavras eu diria:a guerra não é
nenhum projecto de engenhria e tem a ver com pessoas e com povos. Aguentar, sofrer, morrer...até ver quem ganha e quem perde!...
António Carvalho
1972/74-Mampatá