terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3803: As nossas mulheres (7): As minhas correspondentes e a minha mulher (José Colaço)

1. Mensagem de José Colaço, ex-Sold de Trms da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65, com data de 22 de Janeiro de 2009:

Se te parecer que a mensagem possa servir de incentivo aos nossos camaradas para dar um pouco de vida à rubrica lançada pelo V. Briote, publica.
Assim se desanuvia um pouco a importante controvérsia da Retirada de Guileje.

Tentando dar voz ao desafio que o V. Briote lançou
As nossas mulheres, namoradas, madrinhas, correspondentes


Enfim, aquelas que estão sempre prontas para nos acompanhar nos bons e maus momentos.

Sei por conhecimento próprio que eu não sou a pessoa indicada para promover tal rubrica, devido ao modo como me portei, que vou tentar resumir.

Um dos meus passatempos era a correspondência. Chegar o dia do correio e eu receber tanto ou mais correspondência que os meus camaradas era uma pequena vitória, devia ser um meio de promoção pessoal, não ser um Zé ninguém que estava esquecido naquelas longínquas terras da Guiné.

Recebia as cartas da namorada, das duas madrinhas de guerra, duma correspondente espanhola e mais o correio da família que por motivo de vida e saúde estava um pouco dispersa, pois no Hospital do Rego hoje Curry Cabral tinha deixado o meu irmão agarrado aos ferros de uma cama, devido a acidente de moto do qual ficou paraplégico.

Por que não sou a pessoa para promover a mensagem!

Primeiro, a da madrinha de guerra residente em Lisboa que nunca cheguei a conhecer por culpa minha, pois quando faltavam duas semanas para o meu regresso, deixei de lhe dar resposta. Razão nenhuma. Só o que ainda existe aqui em casa, que pode confirmar o que digo, esta foto que tem a dedicatória ao afilhado da madrinha amiga Helena, que envio para embelezar a mensagem.

A então, jovem Helena, madrinha de guerra do José Colaço

Da namorada e a outra madrinha que sabiam da existência uma da outra, com as visitas a ambas tudo se desmoronou.

Com a correspondente, também houve um interregno entre 1966 e 1969, mas como 1969estive na Alemanha e sabendo que ela lá se encontrava, resolvi recomeçar a troca de correspondência no que fui bem recebido. Encontrei-me com a Paquita algumas vezes na cidade de Mainz, onde a visitava aos fins de semana, já que eu estava em Dusseldorf. Se já éramos amigos, mais amigos ficámos.

Após o meu regresso a Portugal, ainda esteve combinado um encontro, que devido a um acidente quando a Paquita se dirigia ao nosso País. Desfez o coche e assim se desfez o encontro, possivelmente também por culpa minha por se aproximar a data do meu casamento, os contactos tiveram fim.

Eis as estórias das minhas namorada, madrinhas, correspondente, Mulheres.

A minha estada na Guiné sempre ficou ligada à minha futura vida, pois aquela que em 5/08/73 casou comigo e ainda hoje por vezes me acorda do sonho que se transforma no chamado pesadelo, deve-se em grande parte à minha estada na Guiné.

Em Bafatá, do batalhão 757, fazia parte o 1.º cabo José Alexandre Peres, um conterrâneo meu que recebia correspondência de uma prima à qual fazia grandes elogios. Tive ocasião de lhe dizer: - Porque não lhe falas em namoro - nesse tempo ainda era normal esse termo, mas para ele seria bom demais e nem pensar em tal proposta.

O meu conterrâneo regressou a Portugal cerca de ano e meio após o meu regresso.

Como residíamos os dois na zona de Lisboa, o meu conterrâneo em Santa Iria de Azóia e eu em Moscavide, os nossos contactos e passeios eram constantes. Num desses passeios, numa ida à nossa conhecida praia de Carcavelos, conheci a prima. Falámos pouco devido eu namoriscar com uma rapariga que fazia parte do grupo. Como houve mais encontros, tornamo-nos amigos, namorados, marido e mulher, felizmente, há 35 anos. Desta união há um fruto, uma filha licenciada em Informática.

Um alfa bravo
Colaço
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Vd. último poste da série de 23 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3779: As nossas mulheres (5): Ni, uma combatente em Mansoa (1973/74)

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