quinta-feira, 29 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2897: Recortes de Imprensa (4): Capela do cemitério de Bissau recebe os restos mortais de 11 camaradas de Guidaje (A. Marques Lopes)


Guiné-Bissau > Bissau > Cemitério Municipal > Abril de 2006 > A capela completamente em ruínas... Foto tirada pelo Hugo Costa, por ocasião da visita à Guiné-Bissau de um grupo de ex-combatentes portugueses...

Foto: © Hugo Costa (2006). Direitos reservados.


1. Recorte de imprensa, enviado pelo nosso camarada A. Marques Lopes:

Guiné-Bissau/Portugal: Liga dos Combatentes entrega capela


Bissau, 29/05 - A Liga dos Combatentes de Portugal entregou hoje (quinta-feira) às autoridades guineenses a capela do cemitério municipal de Bissau, que sofreu obras para receber os restos mortais de portugueses mortos durante a guerra colonial.

Segundo o general Carlos Camilo, vice-presidente da Liga dos Combatentes portugueses, a capela, entregue ao presidente da Câmara Municipal de Bissau, servirá de "local de repouso, com alguma dignidade" para os restos mortais dos soldados portugueses que morreram durante a guerra colonial na Guiné.

Para já, a capela, que teve obras no valor de seis mil euros, vai receber 11 urnas de militares que estavam enterrados em Guidaje, no norte da Guiné-Bissau.

No princípio deste ano, a Liga dos Combatentes portugueses, ao abrigo de um protocolo assinado com o Instituto de Defesa da Guiné-Bissau, iniciou uma série de acções com vista a identificar, recuperar e dar dignidade aos locais onde estão enterrados soldados portugueses, explicou o presidente da organização.

O general Carlos Camilo sublinhou que até o final do ano a Liga dos Combatentes tenciona transladar para o cemitério de Bissau 16 corpos de militares portugueses enterrados em Farim, localidade situada a cerca de 100 quilómetros a norte da capital guineense.

Existem cerca de 100 locais em diferentes pontos da Guiné-Bissau onde a Liga dos Combatentes acredita estarem enterrados militares portugueses.

Hoje, na cerimónia de entrega da capela, o general Carlos Camilo destacou o simbolismo desta acção porque irá permitir "alguma dignidade" para os corpos dos cerca de 400 militares portugueses que estão enterrados no cemitério de Bissau.

"Este cemitério representa também cerca de dois séculos de história comum entre Portugal e a Guiné-Bissau", disse o presidente da Liga dos Combatentes portugueses, aludindo ao facto de dados oficiais indicarem que no local estarem enterrados militares que serviram Portugal durante a I guerra mundial.

Por seu lado, o presidente do Instituto de Defesa da Guiné-Bissau, Baciro Djá, destacou que o acto de hoje (quinta-feira) "é de grande importância" no relacionamento entre a Guiné-Bissau e Portugal porque "marca uma nova era" entre os dois povos.

"O relacionamento entre a Guiné-Bissau e Portugal é de familiaridade, mas também de grande solidariedade", disse Baciro Dja.

O padre Michael Daniels, pároco da Sé Catedral de Bissau, que presidiu â cerimónia de bênção da capela recuperada, considerou que o acto representa a concessão da dignidade aos que morreram longe da sua Pátria, mas que não tiveram o direito ao funeral junto da sua família.


Fonte: AngolaPress, 29 de Maio de 2008 (com a devida vénia...)

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