sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2512: Arma de Transmissões (1): Uma resposta Relâmpago para uma pergunta Relâmpago (Luís Graça / Carlos Vinhal)



Manual de Transmissões > Páginas 312 e 313 > Uma gentileza do Santos Oliveira que, além destas, mandou-nos mais umas tantas imagens digitalizadas.
Fotos: © Santos Oliveira (2008). Direitos reservados.


1. Pedido de ajuda do editor do blogue, em 28 de Janeiro:

Amigos/as e camaradas :

(i) A propósito de alguns documentos do AHM – Arquivo Histórico Militar, que o Nuno Rubim nos trouxe (vd. post P2487 de hoje) (1), e que na altura eram classificados, há um, o Doc 4 (do Com Chefe Oper para o CAOP 3), que diz Relâmpago / Confidencial...

(ii) Os senhores professores da Arma de Transmissões não quererão ajudar este pobre e ignorante editor a descodificar a coisa ?... Imagino que seja uma ordem de prioridade, mas não estou (não estava) por dentro da linguagem das transmissões... E se alguma vez cheguei a saber, desaprendi depressa... Estão a ver ? Hoje faz-me falta...

(iii) E a propósito: Alguém quer escrever sobre isto ? Sistema de classificações mensagens das nossas NT ? O saber não ocupa lugar, embora nos possam acusar de estar a discutir, placidamente, o sexo dos anjos ao falar das estrias da G-3 e do calibre dos obuses, enquanto o mundo lá fora corre o risco de implodir... Ou será que ainda continuamos apanhados do clima ? (…) (LG)

2. A pergunta (O que é uma mensagem Relâmpago) teve, para surpresa dos editores, uma resposta Relâmpago… Os camaradas da Arma de Transmissões mostraram, quarenta anos depois, que ainda estão operacionais… As respostas chegaram, quase minuto a minuto, nos dias 28 e 29 de Janeiro, como podem ver… Mais uma vez, o meu Oscar Bravo a todos os camaradas da arma de transmissões (2) de quem a gente - os operacionais - só se lembrava quando estava à rasca no mato...


28 de Janeiro de 2007:



Gabriel Gonçalves (ex-1.º Cabo Cripto da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

Luis: As mensagens eram classificadas por grau de precedência: RELÂMPAGO; IMEDIATO; URGENTE e ROTINA.

Um abraço
GG

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João Melo (Op Cripto, CCAV 8351, Aldeia Formosa, 1972/74)

(que trabalha nos seguros e mora em Alquerubim, Portugal, como ele indica entre parênteses, para quem não sabe de geografia)...

Caro camarada.

Criptografia, é comigo mesmo! Alguma dúvida não vacilem!

Irei tentar, muito sinteticamente os Graus de Procedência utilizados em mensagens criptografadas:

Z - ZULU = Relâmpago (Passava à frente de todas as outras porque o seu grau de urgência era a mais cotada)

O - OSCAR = Imediato (As primeiras a serem decifradas, caso não houvessem Zulus...)

P - PAPA = Urgente (Para se fazer...)

R - ROMEO = Rotina...(Como o seu nome indica, para ser ir fazendo...)

Quanto ao confidencial, era normal todas serem no mínimo confidenciais mas havia além dessas e por ordem de secretismo: Reservada / Confidencial / Secreta.

Quanto ao estarmos todos apanhados do clima, acho que, se não corresponde à verdade, anda muito próxima dela! Porque, aqueles ares com tudo o que de perigoso nos trazia, eram sem sombra de dúvida imbuídos de um misto de exuberância e misticismo que, de tal forma, se nos embrenhou que só a tumba o levará!

Um abração e, vou ver se consigo um tempinho extra para intervir mais activamente!

Com amizade,
João Melo
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Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo , 1972/74)

TRMS
Bom! Vou tentar resumir o significado do grau de procedência e a classificação das mensagens (MSG)

Há quatro tipos de grau de procedência e grau de segurança, ou seja:

Grau de procedência: Relâmpago; Imediato; Urgente; Rotina

- Relâmpago: quer dizer que uma mensagem deste tipo ao ser apresentada para expedição ultrapassa todas as outras mensagens que estiverem à frente. Interrompem a transmissão de uma outra de grau inferior.

- Imediato: Serão transmitidas antes das mensagens urgentes.

- Urgente: Serão transmitidas antes das de Rotina.
Uma mensagem Rotina é uma mensagem que pode ser transmitida até no dia seguinte ao dia da recepção.

Grau de Segurança

Quanto ao grau de segurança, temos dois tipos: Mensagens não classificadas e mensagens classificadas, estas divididas em quatro tipos de classificação:

- Muito secreto
- Secreto
- Confidencial
- Reservado

O grau de segurança a atribuir às mensagens é da exclusiva responsabilidade do remetente e a única consequência dessa classificação para as transmissões reside em a mensagem ser ou não ser transformada em linguagem secreta (codificada).

Espero ter contribuído de alguma forma para o significado de alguns procedimentos sobre transmissões.

Alfa Bravo (abraço)
Sousa de Castro
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António Santos (ex-Sold Trms, Pel Mort 4574/72, Nova Lamego, 1972/74)

Um ALFA BRAVO a todos os tertulianos.

Para responder à solicitação do Luís, penso que tenho o necessário.

As mensagens eram divididas em 2 graus, um de precedência outro de segurança, quanto ao grau de segurança as mensagens podem ser a) não classificadas e b) mensagens classificadas.

Grau de precedência Relâmpago (ZULU); Imediato (OSCAR); Urgente (PAPA) e Rotina (ROMEO), quer dizer que uma mensagem Relâmpago tinha prioridade sobre todas, mesmo que o operador estivesse a enviar interrompia para passar a ZULU.

Segundo os apontamentos que tirei na época eram até 10 minutos para a Relâmpago, 15 a 30 minutos para a Imediato, de 3 a 6 horas para a Urgente e a Rotina às 15 horas do dia seguinte. Na prática este grau se fosse só para conhecimento podia demorar muito mais que isso.

Quanto ao grau de segurança: Muito secreto; Secreto; Confidencial e Reservado. Nas Unidades não apareciam mensagens com grau de segurança superior a Confidencial, os outros 2 graus eram para os COP; CAOP e QG.

O grau de segurança a atribuir às mensagens é da exclusiva responsabilidade do remetente e a única consequência dessa classificação para as Trasmissões reside em a mensagem ter ou não de ser transformada em linguagem secreta (cifra). Bem acho que hoje chega.

Oscar Bravo. Um Alfa Bravo
António Santos
SPM 2558
Pel Mort 4574/72
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António José Pereira da Costa

Olá, Camarada!

As mensagens têm ainda hoje 4 graus de precedência: Relâmpago, Imediato, Urgente e Rotina. A mensagem Relâmpago (Z) deveria chegar ao destinatário em 10 minutos. As Imediato (O) demorariam cerca de 2 horas. As Urgente (P) já iam para as 4-6 horas. Claro que as Rotina (R) eram como o combóio do espanhol. No que diz respeito à classificação de segurança ainda hoje temos as Muito Secreto, Secreto, Confidencial e Reservado.

Um Alfa Bravo
Pereira da Costa,
Ex-Cap Art Pereira da Costa (hoje, Coronel),
CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/74)

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Luís Fonseca (ex-Fur Mil Trms, CCAV 3366/BCAV 3846 Suzana e Varela , 1971/73)

Caro Luis

Mensagens:

(i) Quanto ao correspondente: Oficiais; Serviço; Procedimento;

(ii) Quanto à procedência: Relâmpago (Z); Imediato (O); Urgente (P); Rotina (R).

(iii) Grau de segurança: Muito Secreto; Secreto; Confidencial; Reservado;

(iv) Quanto à linguagem: Clara; Secreta.

Penso que responde à tua questão ou pretendes também saber quem tinha acesso?

Luís Fonseca
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Nuno Rubim, Cor Art Ref

Caro Luís

(…) As mensagens eram classificadas quanto ao grau de segurança e quanto à prioridade de (re)transmissão. No 1º caso as mensagens podiam ser : N/Classificada, Reservado, Confidencial e Secreto. Em alguns casos, Muito Secreto (estas, sobretudo, para correspondência ao mais alto nível: Ministérios da Defesa Nacional, Negócios Estrangeiros, Presidência do Conselho de Ministros, portanto de carácter essencialmente político-militar). (…)

Um abraço

Nuno Rubim
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Albano Gomes (ex-1.º Cabo Cropto da CART 2339, e Mansambo, 1968/69):

Amigo LG

Em transmissões existe os chamados graus de urgência que passo a descrever:

Urgente - designado pela letra (R) Romeo.
Imediato - (O) Oscar.
Relâmpago - (Z) Zulu.

As mensagens classificadas como urgentes-R podiam ser tratadas e entregues durante 24horas.
As de classificação imediato-O tinham um tratamento o mais rápido possível.
Quanto às de classificação Relâmpago-Z tinham prioridade sobre todo e qualquer serviço.

Existe também a grau de segurança: Rotina, Confidencial e Secreto. Com o grau de segurança Rotina, dá para se saber qualquer coisinha. Se for o grau de Confidencial já não há hipótese de se saber o que quer que seja. Se tiver o grau de Secreto, aí não há nada p'ra ninguém.

Espero ter dado aqui um pouco do meu contributo.

Saudações para todos os Camaradas
Albano Gomes
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Fernando Calado
(ex-Alf Mil TRMS, CCS/BCAÇ 2852,
Bambadinca, 1968/70)

Camaradas, aí vai um pequeno esclarecimento de um "menino das tranmissões":

As mensagens expedidas pelo emissor eram obrigatoriamente classificadas de Rotina, Imediato ou Relâmpago conforme a urgência de chegada ao receptor.

Um grande abraço

Fernando Calado
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Eduardo Santos, (ex-1.º Cabo Cripto, CCS/BCAV 1915, Nova Lamego e Bula, 1896/69)


Caro amigo:

Essa linguagem já estava esquecida, não na minha mente, mas no meu dicionário da vida.
Confesso que me passaram poucas pelas mãos, mas executei algumas. Aí vai.

Mensagem Relâmpago ou Zulu correspondia (confesso que não sei se ainda corresponde actualmente) ao grau de urgência máximo e exigia do cripto ou radialista(transmissões) um tratamento célere e imediato.

Quanto ao confidencial correspondia ao grau de segurança.

A propósito disso, recordo-me de uma que tive que decifrar quando estava destacado em Bula entre 67 e 68, cuja lembrança ficou.

Em pleno ataque nocturno ao aquartelamento foi recebida uma mensagem nessas condições, era o único cripto que estava de serviço e lá executei o trabalho de decifração da mensagem debaixo da mesa de trabalho (no interior do centro cripto e à luz de um foxe) o mais rapidamente que conseguiu, para de seguida a entregar ao destinatário (comandante ou substituto, não me recordo) que se encontrava no abrigo existente no aquartelamento.

São factos que não esquecem, mas que nos fazem recordar o bom e até o menos bom que aquela guerra nos deixou.

Um abraço amigo
Eduardo
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29 de Janeiro de 2008


Henrique Pinho (ex-Marinheiro Radiotelegrafista, Guiné, 1971/73)

Em resposta e como informação ao v/ pedido sobre classificação e prioridade de mensagens:

(i) Havia mensagens c/classificação: N/C - Não classificado: C - Confidencial; S - Secreto; TS - Top Secret.

(ii) Havia mensagens c/prioridade: R - Rotina; P - Urgente; O - Imediato e Z – Relâmpago.

As mensagens N/C não tinham classificação e tanto podiam ser enviadas em linguagem clara como cifradas. A partir do grau confidencial eram todas cifradas.

As mensagens c/a prioridade R eram de rotina e não era obrigatório deixarmos tudo para as encaminharmos de seguida, o que não acontecia com as de prioridade P, O ou Z.

Cumprimentos,
Henrique Pinho
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António Pimentel (ex-Alf Mil Rec Info, CCS/BCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70)


Relâmpago-Imediato-Urgente-Rotina.

Esta é, por ordem decrescente,a escala de rapidez com que uma mensagem deveria ser enviada pelos meninos das transmissões. O que nem sempre acontecia...
Esta matéria também era estudada pelos meninos do Reconhecimento e Informações e das Operações Especiais, especialidades que eu frequentei.

Com um abraço

Anónio Pimentel
(minitertúlia do Norte)
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João Tunes (ex-Alf Mil TRMS, CCS/BCAÇ 2884, Pelundo e Catió, 1969/71)


Caro Luís,

Pois, “relâmpago” era a classificação de prioridade máxima. Isto é, implicava transmissão imediata com óbvia prioridade relativamente a todas as mensagens que estavam em fila para serem transmitidas.

E da parte do receptor, o tratamento também adequado para situações extremas. Só era aplicável a situações muitíssimo excepcionais, normalmente ataque forte a provocar baixas e com dificuldade de resposta à altura do ataque sofrido.

Independentemente do teor da mensagem, que tinha de ser muito curta e directa (o que se passava e que apoio se necessitava), ela não era sujeita a cifra (ia na chamada linguagem clara) pois se a urgência era limite seria contraditório sujeitá-la à demora da cifra antes da emissão e decifragem após a recepção.

Daqui o melindre de tal recurso em que se tinha de gerir a rapidez do pedido de socorro (normalmente, era disso que se tratava) com a alta possibilidade de o lado adversário conhecer o impacto que estava a ter a sua investida.

E, neste sentido, tinha de se admitir que o atendimento do pedido de ajuda à situação desesperada, normalmente apoio aéreo, seria suficientemente eficaz para que a guerrilha não tivesse tempo de tirar partido do uso da linguagem clara, em morse ou por voz, na transmissão da mensagem.

Se bem me lembro, em toda a minha comissão, enviei uma ou o máximo de duas mensagens relâmpago.

Abaixo do grau máximo de prioridade (o "relâmpago "), havia "urgente" e "rotina", estas codificadas por regra, constituindo dois lotes com prioridades relativas por data-hora e em que o lote de "rotina" só ia sendo despachado quando o lote de "urgentes" se tivesse esgotado.

Além do grau de prioridade, havia o grau deconfidencialidade:
"secreto", "confidencial" e sem classificação.

Aqui, era o conteúdo que ditava a classificação porque delimitava o acesso ao teor da mensagem - só para conhecimento do comando, para um núcleo de oficiais, de conhecimento que podia ser genérico por tratar de questões inócuas em termos de acção militar.

Já lá vão alguns anos desde que deixei o mundo das transmissões e das cifras na Guiné, pois não me deu para o trazer para a peluda, bastando-me ficar com o corpinho de volta à vida civil, de onde, aliás, nunca devia ter saído.

E a memória cada vez ajuda menos. Se há lapsos no meu contributo, e com tantos camaradas de transmissões na nossa tertúlia, agradeço que me corrijam.

Abraço do
João Tunes
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Nuno Rubim

Assim era realmente. Só me lembro de ter enviado uma mensagem Relâmpago após um ataque a Salancaur, zona de Guileje, 1966, em que a minha Companhia ia ficando lá toda.

Quanto às cifras, um dia terei de contar coisas que se passaram comigo na minha última comissão na Guiné, 1972-1974, que ainda permanecem "Top Secret", mas que entendo que assim não deverão ficar, para bem do conhecimento histórico do que foi a guerra naquele teatro de operações.

Eu fui um dos 16 (número que não consegui confirmar, tal o secretismo envolvente) Criptólogos AED (Aptidão Especial para Descriptamento), frequentando um curso de 14 meses em Portugal, medonho, e depois colocado na Cheret Guiné a trabalhar numa chafarica de que ninguém (só com uma meia dúzia de excepções ...) suspeitou da sua existência ... Só por estes dados poderão imaginar o quadro...

Nuno Rubim
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Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf.ª, Como, Cufar e Tite , 1964/66)

Camaradas amigos

Fiquei calado com o desafio do Nuno Rubim (porque hoje não seria dia de trabalho. Afinal, sempre me casei neste dia de 1967...).

Vou tentar que sigam algumas páginas para leituras de cabeceira. Isto é um pouco extenso para digitalizar e enviar; mas, descansa Nuno, vão receber tudo o que tenho (penso que seja apenas isto). Vão Mails separados para que tudo chegue bem. No entanto, se depois faltar algo, espero que digam.

Um abraço, do
Santos Oliveira
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Nuno Rubim

Camarada Santos Oliveira, bem haja pela sua informação. Mande mais !!!

Os documentos que está a fornecer-nos são muito importantes porque justamente são aquilo que vai ficar para a posteridade.

Os serviços históricos do Exército não estão para aí virados, não têm pessoal devidamente qualificado, pouquíssimos meios técnicos, têm dificuldade em estabelecer prioridades, e ainda por cima... pouca motivação, acrescentaria eu, que com eles lido há muitos anos ... E mesmo assim alguma coisa de positivo têm feito ...

Um desafio ao nosso camarada e fazedor do blogue amigo Luís Graça : Porque não começar a organizar dossiês temáticos que ficariam arquivados no blogue ? Se calhar estou a dizer um disparate, porque realmente não sei ( mas suspeito ) o que será gerir um monstro (passe o exagero) desses ... Exemplos: Transmissões, Serviços de Saúde, Material, Reabastecimentos (Administração Militar ), etc..., etc..., Teatro de Operações da Guiné. Isto para começar ...

Claro que ter-se-ia de contar com a colaboração dos camaradas.

Um abraço
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Santos Oliveira:

Caro Rubim:

Mesmo antes de sair ainda fiz um clic para ver as últimas e deparei com esta tua.

Tinha acabado (penso eu de que…) de V. enviar a parte restante que faltava e que havia prometido. Acho que dessa incumbência, já estou livre; agora a V/parte; assim se passam as bolas.

Mas tenho a certeza que a tua ideia seria um trabalho Belo e Ciclópico, mas que careceria da colaboração de todos os Blogueiros e a aprovação dos Chefes de Tabanca, os Homens Grandes…

Sabes que muitos de nós se desfizeram dos seus Manuais de Instrução, apenas para esquecerem a Guerra que guerreamos; mas a verdadeira Guerra está ainda mais acesa após o cair dos anos.

Vê, eu fui Sargento por 40 dias. 30 ainda na Guiné (sem saber que o era) e 10 no Depósito Geral de Adidos (aqui onde me pagaram os diferenciais que, parece, não eram para ser pagos, a avaliar pelo esconder a publicação em O.S.). Como faltavam os meus Docs, andei com uma Guia de Furriel Mil e cerca de 15 anos de luta pela posse da minha Caderneta Militar que convenientemente havia desaparecido, venho verificar que tenho Tiro de 2ª Classe, nunca estive no CIOE em Lamego, nunca estive no BCP em Tancos, nunca saltei de avião e não fui promovido a Sargento.

Há comentários? Nunca o RI6 me conseguiu convencer, como nunca fui convencido que por ser Ranger não podia ter identificação; nem cá, nem na Guiné. Mas o EME de três em três, ou de seis em seis meses me convidava para regressar, ora a Mafra (perdendo todo o tempo passado) ora à Academia Militar onde teria todas as facilidades de acesso; isto durou até aos meus 28 anos. O caricato foi que quando já tinha celebrado 29 anos (tenho esse único Doc.) convidaram-me para FURRIEL Do QP. E esta, hein? Há algo de muito mal nisto, porque só se admitiam mancebos no Exército, Marinha, FA GNR, GF, etc. até ao máximo de 28 anos.

Eu considero-me Sargento como me foi recomendado ao virarem-me as divisas no Depósito Geral de Adidos. Estou certo? Não sei.

Se te aborreci, perdoa, mas tenho muita mágoa e tristeza para atirar cá para fora.

As melhores saudações e um grande abraço, do
Santos Oliveira
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30 de Janeiro de 2008

Henrique Pinho

Caro amigo Luís Graça:

Ontem meti os pés na poça!!! Já lá vão 34 anos e nem tudo está conforme pensamos estar.

Em relação ao grau de classificação de mensagens, há entre N/Classificado e Confidencial o grau de R - Reservado.

As minhas desculpas pela deficiente informação, mas aqui fica a correcção.

Cumprimentos,

Henrique Pinho
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Notas dos editores:
(2) Vd. postes de:
9 de Julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCVIII: Um Alfa Bravo para os nossos Op TRMS (2) (Luís Graça / Sousa de Castro)
(...) Éramos considerados uns gajos que não faziamos nada, não alinhávamos para o mato e que só sabiamos causar interferências na telefonia. Só se lembravam dos TRMS quando iam para operações, aí perguntavam sempre ao Castro:
- Qual é a Bateria que está em melhores condições ? - Neste aspecto confiavam só em mim. Curiosamente a especialidade de radiotelegrafista foi um trabalho que me dava muito gozo. (...)

Sem comentários: