sábado, 30 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1901: O Pel Caç Nat 52 que eu comandei em 1966 (Bolama, Enxalé, Porto Gole) (Henrique Matos)


Odivelas > Encontro do pessoal metropolitano do Pel Caç Nat 52 > 16 de Junho de 2007 > De pé da esquerda para a direita: Altino (ex-Fur Mil), Cunha (ex-1º Cabo), Matos (ex-Alf Mil), Monteiro (ex-Fur Mil). À frente: Vaz.

Região Autónoma dos Açores > Ilha de S. Jorge > "Uma fotografia com uma perspectiva fora do habitual" [, as fajãs].

Fotos e legenda: © Henrique Matos (2007). Direitos reservados.


1. Resposta ao Henrique Matos (1) ao Beja Santos (2):

Caro Beja Santos:

Não sei bem por onde começar com tantas ideias e sentimentos a fervilhar na minha cabeça.

Para já queria dizer-te que, embora não tenha passado muitos meses com o 52, aqueles homens marcaram-me de forma indelével, tanto que só de imaginar como foram abandonados e o que se poderia ter passado com eles após a independência, me dava um sentimento de revolta e ao mesmo tempo de impotência, que tinha prometido a mim mesmo esquecer, esquecer, esquecer...

E assim passaram-se mais de 40 anos. Agora surgem em catadupa uma série de coisas novas que nunca imaginava. Primeiro foi a descoberta do Blogue do Luís Graça que funcionou como um despertador e em seguida, quando telefono ao Luís Cunha, 1º cabo do 52, ele me diz que já tinham encontrado o Altino e o Monteiro, ambos Fur Mil. Foi logo um disparar de telefonemas até chegarmos ao encontro que foi no passado dia 16.

O Fur Mil Vaz já estava localizado pois quando a revista do Expresso publicou um trabalho sobre prisioneiros de guerra e lá estava a fotografia dele, tratei logo de falar como director que me forneceu o contacto. Já mandei uma foto para o Blogue onde também estão elementos do 51, 54 e 56. Do 53 e 55 ninguém sabe deles.

Da formação inicial do 52 só falta encontrar o 1.º cabo Castanheira (pensa-se que tenha emigrado já que os pais viviam nos States) e com muita mágoa pensar no 1º cabo Pires que faleceu em combate.

Falta ainda o 1º cabo Victor Português que se juntou a nós mais tarde em Porto Gole como operador rádio.

Dos nossos rapazes, se é que assim os posso chamar, os nomes estão quase todos esquecidos ou baralhados. O Queta (3) deve ter uma memória com muitos megas ou gigas pois o que diz está certo e fico feliz por ele se lembrar de mim.

Não vou fechar este capítulo do folhetim sem te falar do Luís Zagalo com quem estabeleci excelente camaradagem no Enxalé e que tinha a sua ponta de loucura como todos nós. Ficou célebre a viagem que fez do Enxalé a Porto Gole de noite no Jeep Willis que lá havia.

Da ilha de S. Jorge há material para muitos capítulos, mas só vou rectificar o
nome da Caldeira de Santo Cristo e mando-te uma fotografia com uma perspectiva fora do habitual. Também vai uma foto do (re)encontro do pessoal do 52.

Uma nota para os nossos estimados edidor e co-editor. Não sei se o conteúdo deste post e dos outros que se seguirão tem algum interesse para o Blogue, pelo que ficam com total liberdade para incluir, excluir, cortar, recortar, etc. o que tiverem por bem.

Um grande abraço do
Henrique Matos

______________

Notas de L.G.:

(1) Vd. posts de:

22 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1871: Tabanca Grande (15): Henrique Matos, ex-Comandante do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68)

28 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1896: Encontro dos Pel Caç Nat 51, 52, 53, 54, 55 e 56 (Henrique Matos)

(2) Vd. post de 25 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1879: Henrique Matos Francisco, brindo à tua chegada e à memória do nosso Pel Caç Nat 52 (Beja Santos)

(3) Vd. post de 29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1897: O Queta Baldé, com a sua memória de elefante, é muito superior ao grande Fernão Lopes (Beja Santos)

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