quarta-feira, 30 de maio de 2007

Guiné 63/74 - P1797: Bibliografia (7): Homenagem ao Rui Ferreira e apresentação do último livro do Gertrurdes da Silva (Paulo Santiago)

Capa do livro do Cor Gerturdes da Silva, Quatro Estações em Abril, editado em 2007 pela Palimage.


1. Mensagem do Paulo Santiago, com data de 27 de Maio de 2007

Hoje, também estavas convidado, fui a Viseu onde o Rui, mais uma vez, reuniu alguns dos seus camaradas da CCAÇ 1420 (que esteve em Fulacunda, entre outros locais), da CCAÇ 18, a qual formou e comandou e ainda ainda militares de outras Companhias que ele comandou após o 25 de Abril.

Estavam também, era o meu caso, ex-militares amigos do Ruizinho. Cheguei atrasado ao RIV [Regimento de Infantaria de Viseu], onde começava o encontro, com uma Missa pelos militares já falecidos. Encaminharam-me para o auditório do Instituto Politécnico, fica frente ao RIV, onde decorria um Colóquio, estando no uso da palavra, quando entrei, o Cor Gertrudes da Silva, que falou segundo me apercebi - incovenientes de chegar atrasado - da problemática da Guerra Colonial, aparecimento do Movimento dos Capitães, desembocando no 25 de Abril. Tudo muito bem exposto, outra coisa não seria de esperar de um Capitão de Abril com uma licenciatura em História tirada nos inícios dos anos 80.

Falou de seguida um ex-militar, Dr. José Moreira, que fez a Guerra na [CCAÇ] 1420. Notável exposição. Falou outro, também ex-comandado do Rui, que já não fez a Guerra, entrou para o COM em 76. O Comandante do RIV também proferiu algumas palavras, antes de nos encaminharmos para aquele Regimento, onde houve um almoço volante bem servido e bem acompanhado com vinhos da adega cooperativa de Silgueiros.

Às 15,30 voltámos ao auditório do Politécnico, onde se ia proceder à apresentação do último livro do Cor Gertrudes da Silva intitulado Quatro Estações em Abril, último da trilogia iniciada com Deus, Pátria e... A Vida, a que se seguiu A Pátria ou A Vida... (à presentação deste último também assisti, em Viseu, no mesmo local, convidado pelo Rui, feita de forma brilhante pelo
Major-General Pezarat Correia, oficial de operações em Aldeia Formosa, quando o Cap
Rui Alexandrino comandava a CCAÇ 18).

A apresentação do livro de hoje foi feita, dizem-me, com grande sapiência e clareza (estava um pouco estourado e passei pelas brasas) pela Prof Dr Margarida Sofia, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

O Cor Gertrudes da Silva (1) terminou agradecendo a presença dos presentes, com uma palavra especial para o Ruizinho, afirmando que, possivelmente sem o seu apoio, esta trilogia nunca teria aparecido.

Também outro momento, marcante, foi quando tirou um envelope do bolso, endereçado à sua esposa com um remetente de uma Gervásia Romão, moradora em Algés, vindo dentro deste envelope um outro, mais pequeno fechado, em que vinha escrito Cap Gertrudes da Silva, trazendo uma carta, com a data de 5 de Maio de 1974, que (cito de cabeça) alterava uma data/hora já programada, falava da adesão da Companhia de Comandos de Lamego, inquirindo também sobre a adesão do Regimento da Guarda que seria necessário para bloquear a fronteira em Vilar Formoso e informando que a nova data/hora seria marcada por estafeta. Assinava a carta: Otelo... Isto é história!



Viseu > 2001 > O Rui Alexandrino Ferreira, hoje coronel de infantaria na reforma, faz a apresentação do seu livro de memórias Rumo a Fulacunda, editado pela Palimage(2)

Foto: © Rui Ferreira (2007). Direitos reservados.


Deste terceiro livro, não posso dizer nada, ainda não o comecei a ler, os outros dois anteriores, são ficção, mas ficção vivida pelo autor na dureza do mato em Angola e na Guiné, havendo uma certa continuação do primeiro para o segundo e, nas palavras do Editor, existirá.a também um fio condutor entre o segundo e este último.

Aconselho a ler, são livros que nos dizem muito. Passe a publicidade, a editora é a Palimage (1), a mesma que editou Rumo a Fulacunda, do Rui Alexandrino Ferreira (2).

Mesmo para quem passou pelas brasas, a mensagem já vai longa.

Paulo Santiago

PS 1- O Cor Gertrudes da Silva escreve alguns textos na Avenida da Liberdade, página da Associação 25 de Abril, editada pelo Pedro Lauret.

PS2 - O coronel Gertrudes da Silva no dia 25 de Abril de 1974, prestando serviço no RI 14 de Viseu, comandou uma força de mais de 500 homens que se dirigiu do Norte sobre a capital. Ficou conhecido por Agrupamento Norte.

Pormenores em http://www.25abril.org/index.php?content=1&hora=1&unidade=10&tema=
(Mensagem de Pedro Lauret).
____________

Notas de L.G.:

(1) Nota curricular fornecida pela editora:

Gertrudes da Silva, de seu nome completo Diamantino Gertrudes da Silva, nasceu em Alvite, concelho de Moimenta da Beira, a 20 de Fevereiro de 1943.

Em 1963 ingressou na Academia Militar, seguindo depois a carreira de Oficial do Exército, na Arma de Infantaria, até ao posto de coronel, encontrando-se agora na situação de reforma.

No tempo próprio cumpriu duas comissões por imposição na Guerra Colonial – a 1.ª em Angola e a 2.ª na Guiné [, CCAÇ 2781, Bissum, 1970/72). À margem das suas ocupações profissionais militares, em 1980 concluiu a Licenciatura em História na Universidade de Coimbra.

Para além de outras condecorações, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pela sua participação no Movimento do 25 de Abril de 1974.

Publicações:

Deus, Pátria e... a Vida

A Pátria ou A Vida

Quatro Estações em ABRIL

As imagens aqui utilizadas estão disponíveis no sítio da editora Palimage. São por nós utilizadas, com a devida vénia.

(2) Vd. post de 17 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1285: Bibliografia de uma guerra (14): Rumo a Fulacunda, um best seller, de Rui Alexandrino Ferreira (Luís Graça)

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